Anas Kournif, um aluno de Ciência Política, perdeu os 450 euros que recebia em bolsas por ser repetente pela segunda vez. Num ato de desespero, imolou-se na passada sexta-feira, em Lyon, França.
Anas Kournif, um estudante francês de apenas 22 anos, vivia com uma bolsa de 450 euros mensais. No entanto, esta foi suspensa por ter reprovado duas vezes no segundo ano do curso de Ciência Política.
Mas Kournif não é um caso isolado em França. Segundo a Renascença, para denunciar a situação de precariedade, o jovem regou-se com gasolina e incendiou-se esta sexta-feira, em frente ao Centro Regional de Obras Universitárias e Escolares, em Lyon.
Anas Kournif sofreu queimaduras em 90% do corpo e está em estado crítico. Antes de se imolar, o estudante deixou uma mensagem no Facebook, entretanto apagada, em que se queixava de que 450 euros por mês não lhe permitiam viver.
“Acuso Macron, Hollande, Sarkozy e a União Europeia de me terem matado, ao criar incertezas sobre o futuro de todos. Acuso também [Marine] Le Pen [presidente do Reagrupamento Nacional] e os editorialistas de terem criado receios mais do que marginais. O meu último desejo é que os meus colegas continuem a lutar para pôr fim a isto de uma vez por todas”, escreveu.
https://twitter.com/_Sui_Mo_/status/1192854708978954241
O gesto do aluno desencadeou protestos em várias universidades do país. Esta terça-feira, centenas de estudantes manifestaram-se em Lyon e Paris, num protesto no qual pediram mesma a demissão do ministro da Educação, Frédérique Vidal.
Os manifestantes escreveram nas paredes do ministério a frase “a precariedade mata”, que também circula como hashtag (#LaPrecaritéTue) nas redes sociais.
De acordo com a mesma rádio, em Lille, o ex-Presidente François Hollande cancelou uma conferência depois de um grupo de cerca de 50 estudantes ter invadido o anfiteatro onde deveria discursar e rasgado exemplares do seu mais recente livro, “Responder à crise democrática”.
Em comunicado, divulgado esta quarta-feira, Hollande disse compreender as emoções “legítimas” dos estudantes, mas lamentou que não tenha havido espaço para o diálogo.
Os manifestantes justificaram a ação como um “ato desesperado” que simboliza a insegurança financeira e o futuro incerto que os estudantes do ensino superior vislumbram.
O jovem perde a bolsa porque era a 2ª vez que reprova no 2º ano. Provavelmente ele já sabia que isso iria acontecer porque costuma fazer parte do regulamento de atribuição de bolsas, e mesmo assim nem se esforçou por passar de ano.
Incêndiou-se porque queria exigir continuar a ser sustentado pelos contribuintes sem ter de fazer nada para o merecer e ainda consegue provocar uma onda de indignação. Isto parece um absurdo!
Está-se a criar uma geração de pessoas muito má.
A precariedade é produzida artificialmente para criar o medo e assim o pessoal aceitar a escravidão.