A Agência Mundial Antidopagem (AMA) decidiu levantar a suspensão à Agência Russa Antidopagem (RUSADA), que tinha sido punida pela participação num esquema de doping institucional, praticado entre 2011 e 2015.
“Hoje, uma grande maioria do Comité Executivo do AMA decidiu reabilitar a RUSADA, em conformidade com o código e com algumas condições estritas”, revelou o presidente da AMA, Craig Reedie, citado na conta do Twitter do organismo.
Entretanto, a Rússia já reagiu ao levantamento da suspensão, com a vice-primeira-ministra responsável pelo Desporto, Olga Golodets, a saudar a decisão, assegurando ser o resultado de “um enorme trabalho”.
“Saudamos a decisão da AMA. A Rússia confirma a sua obediência aos princípios de um desporto limpo. Foi feito um grande trabalho nos últimos anos na Rússia no sentido de criar condições transparentes e claras”, acrescentou a governante.
O antigo diretor do laboratório de Moscovo Grigory Rodchenkov, um dos principais denunciantes do esquema de dopagem institucionalizado na Rússia, com conhecimento e apoio estatal, já qualificou a decisão da AMA de “a maior traição jamais feita contra a história olímpica e os atletas honestos”.
Em julho de 2016, um relatório independente divulgado pela Agência Mundial Antidopagem (AMA) concluiu que o Governo russo dirigiu um programa de dopagem no desporto com apoio estatal, com participação ativa do ministro dos Desportos, Vitaly Mutko, e dos serviços secretos.
Em dezembro desse ano, o relatório final do investigador canadiano, Richard McLaren, concluiu que este esquema, entre 2011 e 2015, abrangeu, entre outros eventos, os Jogos Olímpicos de Londres (2012) e os Jogos Olímpicos de Inverno de Socchi (2014) e mais de mil atletas russos de 30 modalidades.
Rodchenkov foi o protagonista do documentário “Ícaro”, realizado por Bryan Fogel e que venceu o Óscar de Melhor Documentário de Longa-Metragem este ano.
ZAP // Lusa