Álvaro Sobrinho não é português há 40 anos, mas viajou como se fosse até Agosto

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António Cotrim / Lusa

O banqueiro angolano Álvaro Sobrinho renunciou à nacionalidade portuguesa em 1984, mas usou o passaporte português até Agosto passado. Agora, pode escapar à justiça no caso BESA.

Está prestes a começar o julgamento do caso BESA que tem Álvaro Sobrinho e Ricardo Salgado como arguidos, acusados de crimes de burla, abuso de confiança e branqueamento de capitais.

Mas não é certo que o banqueiro angolano se chegue a sentar no banco dos réus no processo em que é acusado de ter desviado 400 milhões de euros da sucursal angolana do BES.

Sobrinho renunciou à nacionalidade portuguesa em 1984 e, por isso, Angola, onde está a residir, pode recusar a sua extradição para Portugal.

Álvaro Sobrinho beneficiou de “falha de comunicação”

A SIC Notícias apurou que o banqueiro angolano viajou durante 40 anos com o passaporte português, apesar de ter renunciado à nacionalidade.

O passaporte português só lhe foi apreendido em Agosto passado no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, como revela a SIC Notícias.

A situação terá sido motivada por uma “falha de comunicação”, conforme refere ao canal de televisão uma fonte do Instituto dos Registos e Notariado (IRN).

“A emissão indevida dos documentos de identificação pode ser explicada por falha na comunicação entre sistemas de registo e identidade civil, ou anomalia na anotação nas bases de dados”, nota esta fonte.

“A irregularidade foi detectada internamente, em Abril de 2024, e promovida a correcção”, destaca a mesma fonte.

Sobrinho está a viver em Angola há três meses.

O Ministério Público (MP) acredita que a caução de seis milhões de euros que lhe foi aplicada pela justiça portuguesa em Março de 2022, pode ser suficiente para garantir que regressa a Portugal para o julgamento, conforme nota enviada à SIC Notícias.

ZAP //

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