China National Space Administration
Descobertas rochas diferentes do que se tinha avistado, com poeira que transforma o reflexo da luz. É algo “anómalo”.
A Lua está quase totalmente coberta por poeira. Ao contrário do que acontece na Terra, esta poeira não é alisada pelo vento e pelo tempo, tendo arestas agudas, e é carregada eletrostaticamente.
Esta poeira é estudada pelos cientistas desde a era Apollo, no final dos anos 1960.
Agora, equipa internacional de investigadores fez uma descoberta significativa na Lua: um conjunto de rochas únicas e magneticamente “anómalas” na região de Reiner Gamma.
A equpa descobriu, pela primeira vez, rochas anómalas de tamanho métrico na superfície lunar que estão cobertas por poeira e presumivelmente exibem propriedades únicas – como anomalias magnéticas.
A descoberta mais importante dos cientistas é que apenas muito poucas rochas na Lua têm uma camada de poeira com propriedades reflexiva, e a poeira nestas rochas reflete a luz solar de forma diferente da que se encontra em rochas conhecidas anteriormente.
A descoberta foi apresentada num artigo publicado a semana passada na Advanced Earth and Sciences.
Estas rochas, distintas no seu tamanho e nas suas propriedades refletivas, estão cobertas por uma camada de poeira que reflete a luz de forma diferente de todas as outras rochas lunares conhecidas.
“O potencial destas rochas para revelar informações sobre o núcleo magnético da Lua é enorme”, diz Ottaviano Rüsch, investigador do Institut für Planetologie e autor principal do estudo, em nota de imprensa publicada no site da universidade.
A equipa liderada por Rüsch utilizou inteligência artificial para analisar mais de um milhão de imagens do Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA. Esta tecnologia avançada permitiu-lhes examinar de forma eficiente, tanto variações de material esperadas, como inesperadas, na superfície lunar.
Valentin Bickel, investigador da Universidade de Berna, enfatizou o papel do processamento de dados moderno na descoberta de novos contextos globais e objetos desconhecidos, como estas rochas anómalas.
Das cerca de 130.000 imagens “marcadas”, metade foi examinada por cientistas humanos, levando à identificação de uma refletividade invulgar em certas rochas perto de Reiner Gamma.
Rüsch descreveu uma rocha em particular com áreas escuras únicas, que dispersa menos luz de volta para o sol devido à sua estrutura específica de poeira.
Segundo Marcel Hess, investigador da Universidade TU Dortmund, o pó lunar é tipicamente muito poroso, refletindo muita luz. No entanto, o pó que cobre estas rochas é diferente, pois não aumenta de brilho quando compactado — uma visão singular na Lua.
