Alexandra Leitão: “Crise deveria fazer soar alertas no Governo e no PS”

António Pedro Santos / Lusa

Alexandra Leitão, ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública

Num artigo de opinião publicado no Expresso, a antiga governante abordou a saída de Pedro Nuno Santos, garantindo que o Governo “não será o mesmo sem ele”.

Desde que saiu do Governo, Alexandra Leitão tornou-se uma das figuras mais vocais e críticas em relação à atuação do mesmo, mas também do partido socialista — oficialmente, sempre ao lado das escolhas de António Costa. Esta quinta-feira, nas páginas do Expresso, a atual deputada e comentadora política, assina um artigo de opinião — intitulado “As Lições de uma Crise — onde ressalva que “a solução governativa proporcionada pelo PS não está esgotada“, apesar de defender que “devem retirar-se lições do que correu mal até agora”.

“A maioria formada na AR mantém a sua legitimidade intacta e, por isso, nem a dissolução do Parlamento nem a demissão do Governo (que só pode ocorrer, nos termos da Constituição, quando tal se torne necessário para assegurar o regular funcionamento das instituições democráticas) são cenários credíveis no atual momento.”

Entre os reparos que faz ao Executivo de António Costa destacam-se a “falta de um desígnio ou desígnios claros“. “As eleições não são ganhas pelos partidos de oposição, mas sim perdidas pelos Governos”, pelo que sugere “mais cuidado e mais humildade na gestão política e a definição de um modelo de crescimento económico mais eficiente e mais justo, com melhor distribuição da riqueza“.

“É preciso espírito reformista“, alertou, “não para fazer as reformas que a direita preconiza e que se reconduzem quase sempre ao jargão ‘menos Estado‘”, mas sim as reformas que se esperam de um Governo socialista”. A antiga governante cita a melhoria dos serviços públicos ou a criação de um mercado público de habituação.

O artigo de opinião não acaba sem Alexandra Leitão abordar a saída de Pedro Nuno Santos do Governo — o qual, defende, “não será o mesmo sem ele“.

“É verdade que nestes meses de governação ocorreram várias situações criticáveis, de gravidade e natureza muito diversas, das quais resultaram uma dezena de demissões, culminando com a saída de Pedro Nuno Santos, cuja relevância política é inquestionável dentro e fora do PS.”

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