Quatro mortos e mais de 40 feridos na pior fase de incêndios no país, nos últimos anos. Situações complicadas no Centro e Norte.
“O combate está a ser completamente ineficaz”.
“Os bombeiros têm que estar em muitos sítios ao mesmo tempo, não os podemos culpar”.
As frases de Hugo Silva, comandante dos bombeiros de Vila Pouca de Aguiar, e de uma moradora de Gondomar, resumem o que está a acontecer em diversos pontos do país. O cenário não melhorou ao longo da última madrugada.
Há incêndios descontrolados, sobretudo no centro do país, e o Governo decidiu prolongar a situação de alerta até às 23h59 de quinta-feira.
Estão proibidas queimadas, trabalhos nas florestas com máquinas, ir a determinados espaços florestais, entre outras medidas.
Mais de 100 concelhos continuam em perigo máximo de incêndio devido ao tempo quente, sobretudo no Norte e no Centro.
O balanço oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) aponta para três mortos e pelos menos 40 feridos. Ontem, segunda-feira, morreu um homem de doença súbita em Sever do Vouga, outro ficou carbonizado em Albergaria-a-Velha. No domingo já tinha morrido a primeira vítima destes incêndios, um bombeiro em Oliveira de Azeméis.
O jornal Observador acrescenta que, já nesta madrugada, morreu uma idosa em Mangualde. Serão assim quatro as vítimas mortais.
Foi uma madrugada de sobressalto em diversos locais: Sever do Vouga, Ribeira de Fráguas, Vila Pouca de Aguiar, Mangualde, Águeda, Castro Daire, São Pedro do Sul, Baião ou Gondomar.
Há estradas cortadas, escolas encerradas, casas ameaçadas, caos em algumas auto-estradas (há relatos de condutores em contra-mão na A41, perto de Gondomar.
Só nestes dois dias, já arderam quase 10 mil hectares – quase o mesmo do que tinha ardido desde Janeiro até Agosto deste ano, indica o Público. E praticamente toda essa área situa-se entre a Área Metropolitana do Porto e a região de Aveiro.
Até amanhã, as regiões do Norte e Centro vão manter-se sob severidade meteorológica “extremamente elevada”, avisou o IPMA.
O primeiro-ministro também deixa aviso: “Serão horas difíceis. Não vale a pena ignorarmos. Vamos passar por horas difíceis nos próximos dias, temos de nos preparar para isso e temos de nos juntar para isso”.
Mesmo assim, Luís Montenegro deixou uma palavra ao país de “tranquilização possível e serenidade”.
O presidente da República cancelou uma visita a Espanha que estava marcada.
No momento da publicação deste artigo, estavam 157 ocorrências registadas no site da ANEPC. Mais de 10.000 bombeiros estiveram no terreno desde domingo.
Quem ler esta afirmação «…Vamos passar por horas difíceis nos próximos dias…» proferida pelo Sr.º Primeiro-Ministro, Luís Esteves, fica com a ideia de que tudo isto foi preparado.
Tendo em conta a devastação e mortes que os fogos estão a causar, não é normal que o Sr.º Presidente da República, Marcelo Sousa, e o Sr.º Primeiro-Ministro, Luís Esteves, ainda não tenham pedido à Federação da Rússia (FR) para enviar os seus aviões Beriev Be-200 de combate a incêndios, são os melhores e mais eficazes, ao contrário dos outros meios-aéreos que já foram requisitados à união europeia que são muito inferiores, para não dizer inúteis, em fogos desta dimensão.