A justiça alemã anunciou, na terça-feira, que continua a investigar um caso de cinco bebés prematuros injetados com morfina numa clínica de Ulm, no sul da Alemanha, tendo libertado uma enfermeira que tinha sido detida.
A enfermeira esteve quatro dias detida e continua a ser, a par de outros cinco colegas que trabalharam na noite da intoxicação dos bebés, suspeita do crime, noticiou a agência Lusa.
“Essas seis pessoas são suspeitas por causa da sua proximidade com os bebés no momento do incidente”, explicou o porta-voz da procuradoria de Ulm, Michael Bischofberger, acrescentando que nenhum dos suspeitos voltará a trabalhar no hospital enquanto a investigação durar.
A investigação foi aberta para “todas as direções” e “nenhuma pista será excluída”.
Os factos remontam a dezembro, quando cinco bebés prematuros apresentaram, quase ao mesmo tempo, problemas respiratórios agudos. Apesar de nenhum dos bebés ter sofrido sequelas pelo incidente, segundo o hospital, as análises revelaram que os cinco tinham traços injustificados de morfina no organismo.
O hospital apresentou uma queixa em 17 de janeiro e os investigadores revistaram os cacifos e armários da equipa presentes naquele dia na maternidade, tendo descoberto uma injeção de leite materno com morfina no cacifo de uma enfermeira.
O Ministério Público de Ulm acusou a enfermeira de injetar morfina de forma injustificada aos cinco bebés, colocando seriamente em risco a saúde das crianças e informou que a jovem – que negou as acusações – ficou em prisão preventiva no final da semana passada.
A justiça continua sem explicação para a presença de uma seringa de leite materno no cacifo da enfermeira, sem qualquer refrigeração e em risco de se estragar. No entanto, o procurador-geral, Christof Lehr, pediu desculpas e disse estar arrependido pela detenção prematura da enfermeira, numa conferência de imprensa realizada na terça-feira.
A clínica, por sua vez, pediu desculpas pelo “incidente” e ainda pediu desculpas expressamente aos bebés e suas famílias.