Mais de três anos depois, maioria das “aldeias seguras” ainda não tem plano de evacuação

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Paulo Nobre / Lusa

A maioria das aglomerados rurais do programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”, criado em 2017, não tem plano de evacuação.

O programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras” foi criado há três anos e meio, mas com o surgimento da pandemia de covid-19, atrasou-se nos seus objetivos. No total são 2.233 aglomerados rurais abrigados por medidas de proteção contra incêndios, mas só 858 deles têm plano de evacuação.

Os dados da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), citados pelo Jornal de Notícias, dão conta que há 2.233 aldeias envolvidas, com 2.088 oficiais de segurança local, 1.346 locais de abrigo e 1.322 locais de refúgio.

O programa foi criado depois dos incêndios de 2017, marcados principalmente pelos fogos em Pedrógão Grande. O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017, e que alastrou a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e mais de 250 feridos, sete dos quais graves, e destruiu meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.

O JN realça que, apesar de haver muitas aldeias em áreas prioritárias de alta perigosidade de incêndio, são visíveis áreas a descoberto, por exemplo no Alto Minho ou no Alto Tâmega.

Em Viana do Castelo, um dos distritos mais críticos, apenas 4,3% das 208 freguesias têm aldeias seguras.

Em 2020, um estudo do Observatório Técnico Independente já notava que a distribuição estava “longe de ser a ideal” e que os critérios de seleção não seriam “os mais adequados”. O objetivo agora é abranger 7 mil aldeias até 2030.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, diz que é necessária mais sensibilização e que faltam oficiais de segurança local, megafones, planos de evacuação, pontos de refúgio.

“É necessário reforçar esta dinâmica. A ANEPC está a fazer um inquérito para analisar dificuldades e resistências e decorrem trabalhos nas comissões regionais para preparar a seleção e priorização de aldeias”, diz o presidente da Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais (AGIF), Tiago Oliveira.

ZAP //

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