As autoridades locais de Lauterbrunnen, um vale na região montanhosa de Bernese Oberland, na Suíça, criaram um grupo de trabalho para encontrar novas formas de conter o turismo de massas.
Com 2.400 habitantes, a pequena e pitoresca comunidade de Lauterbrunnen enfrenta sérios problemas relacionados com o turismo, como ruas congestionadas, estradas cobertas de lixo, parques de estacionamento e transportes públicos cheios e rendas mais elevadas.
Perante estes constrangimentos, está a ser discutida a implementação de uma taxa de entrada para alguns turistas.
Segundo a Swiss Info, a taxa proposta, que seria paga através de uma aplicação para smartphones, seria de 5 a 10 francos suíços (o equivalente em euros) e aplicar-se-ia aos visitantes que passassem o dia de carro.
“A exceção seriam os hóspedes que reservaram uma oferta, como um hotel ou uma excursão, ou que chegam de transportes públicos”, disse o autarca de Lauterbrunnen, Karl Näpflin.
Em abril, Veneza tornou-se a primeira cidade do mundo a introduzir um sistema de pagamento para turistas, num esforço para diminuir as multidões que lotam os canais durante a alta temporada de férias.
No primeiro dia da cobrança de entrada, a 25 de abril, houve protestos por parte de alguns moradores locais que sentiam que a sua casa estava a ser transformada num um “parque temático”. Ainda assim, o sistema continuará em vigor até 14 de julho.
Fabian Weber, investigador de turismo da Universidade de Ciências Aplicadas e Artes de Lucerna, diz que, embora considere a medida “compreensível”, não tem a certeza do quão fácil será a sua introdução.
“É muito desafiador implementar uma taxa de entrada num espaço público como uma aldeia ou um vale. Não temos muita experiência e não sabemos se funciona”, referiu. “Desconfio que, provavelmente, não terá um grande impacto no número de turistas, mas pelo menos poderia servir para angariar dinheiro para ser investido em medidas para gerir melhor os fluxos de visitantes ou compensar os danos causados.”
Em 2024, o turismo global deverá recuperar totalmente da pandemia de covid-19. A Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas espera que este seja um ano recorde para chegadas internacionais em todo o mundo. Isto significa que as consequências negativas do turismo excessivo deverão continuar a ser um tema quente de debate.