Águia nos “oitavos” após novo jogo louco

Manuel de Almida / Lusa

O Benfica está nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, mas teve de sofrer para empatar 3-3 com o Monaco em mais um jogo louco de Champions na Luz, a fazer lembrar o embate do mês passado com o Barcelona.

As “águias” não estiveram bem na primeira parte, embora até tenham marcado primeiro.

O Monaco enviou duas bolas aos ferros no primeiro tempo, empatou ainda antes do intervalo e colocou-se na frente do jogo, empatando a eliminatória, a abrir a segunda metade.

A partir daí o Benfica, enfim, despertou, fez o 2-2, mas logo a seguir viu-se novamente em desvantagem, antes de Kökçü restabelecer enfim a igualdade a três golos que chegou para carimbar o passaporte para a ronda seguinte.

O primeiro remate até pertenceu ao Benfica, mas depressa o Monaco se afirmou como a equipa mais perigosa.

Contra a corrente do jogo, porém, foi o Benfica a marcar, numa das escassas seis acções com bola na grande área contrária: recuperação de bola em zona alta de Leandro Barreiro e Pavlidis a assistir Aktürkoğlu.

O Monaco não se deixou afectar e continuou a ter mais bola (terminou o primeiro tempo com 59% de posse), a ser mais certo no passe, a ultrapassar com relativa facilidade o meio-campo contrário e a criar perigo, enviando nova bola aos ferros (a segunda) antes de empatar e ameaçar a cambalhota no marcador em cima do intervalo.

A cambalhota no marcador não apareceu a fechar a primeira parte, surgiu a abrir a segunda, com o jogo a manter a mesma toada no arranque do segundo tempo e Ben Seghir a finalizar uma excelente jogada colectiva.

O Benfica levou alguns minutos a despertar, mas Bruno Lage mexeu e o Benfica despertou, empatando por Pavlidis, de penálti, só que não tardou a ver-se novamente em desvantagem, com o Monaco a voltar a igualar a eliminatória.

Num quarto-de-hora final totalmente aberto, com muitas bolas nas grandes áreas de parte a parte, Kökçü, com um grande desvio a um excelente cruzamento de Carreras, fez então o golo que selou o apuramento.

O Jogo em 5 Factos

1. Benfica com pouca bola

O Benfica não conseguiu ter muito tempo de posse de bola (ficou-se pelos 41%). Mostrou-se não só incapaz de a roubar ao adversário a meio-campo, sobretudo na primeira parte, mas errou também demasiados passes do meio-campo para a frente. As “águias” acabaram o jogo com 77 entregas falhadas em 314 tentadas (eficácia de 75%).

2. Poucas perdas em zonas proibidas

Se o Benfica não esteve bem no capítulo do passe, pelo menos não errou a esse nível em zonas proibidas, ao contrário do que aconteceu com alguma frequência em vários jogos há não muito tempo. Foram apenas 13 os passes de risco falhados (mínimo do Benfica nesta Champions) e apenas cinco as perdas de bola no terço defensivo.

3. Monaco aproveitou permissividade a meio-campo

O Monaco terminou o encontro com o seu máximo de conduções progressivas na presente edição da prova. Foram, ao todo, 21, com o Benfica a mostrar dificuldades em travar as conduções com bola do adversário.

4. Monegascos apostaram nos cruzamentos

Esta foi uma das armas que o Monaco usou para tentar causar problemas à defesa do Benfica: os cruzamentos para a grande área das “águias”. Foram 14 no total (ainda não tinha feito tanto nesta Champions) e seis até encontraram o destino certo (recorde da equipa).

5. Equilíbrio nos duelos

Embora a posse de bola tenha pendido claramente para o Monaco e o Benfica tenha permitido um total de 16 desarmes (ainda não tinha sofrido tantos desarmes nesta Liga dos Campeões), a nível de duelos o jogo foi pautado pelo equilíbrio: 63 ganhos pelo Benfica, 62 pelo Monaco. E o mesmo pode ser dito a nível dos duelos pelo ar, com o Benfica a ganhar 50% dos defensivos travados, superiorizando-se nos ofensivos (58%).

Melhor em Campo

O costa-marfinense Lamine Camara esteve em grande no meio-campo, acabando a partida com nada mais, nada menos do que dez recuperações de bola, seis intercepções e cinco desarmes, mas não se limitou a “destruir”. Somou sete passes progressivos e acertou cinco dos seis passes longos que tentou.

Resumo

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.