A Agência Mundial Antidoping anunciou este sábado ter apresentado um recurso no caso do tenista italiano Jannik Sinner, atual número 1 do mundo, absolvido pela Agência Internacional de Integridade do Ténis após ter testado positivo para clostebol em dois exames realizados em março.
Em comunicado divulgado este sábado, a Agência Mundial Antidoping (WADA) considera que “a conclusão de culpa ou de negligência não é correta no que diz respeito às regras aplicáveis”.
A WADA pede “um período de suspensão de um a dois anos” para o italiano, sem que os seus resultados desde os exames positivos, entre os quais o título do US Open recentemente conquistado, sejam anulados.
“Estando o caso em trâmite no Tribunal Arbitral do Desporto, a WADA não fará mais comentários sobre o assunto”, acrescenta o texto.
A agência tinha informado no dia 10 de setembro que ainda não tinha decidido se recorreria ou não contra a absolvição de Sinner e que estava “estudando” a situação.
“Não podemos controlar tudo. Obviamente estou muito dececionado e também surpreendido”, declarou o tenista italiano em entrevista, após a qualificação para os quartos de final do torneio ATP 500 de Pequim, derrotar o russo Roman Safiullin.
“Tive três audiências e as três foram muito positivas para mim”, recordou Sinner, que admitiu que foi informado “em particular, há alguns dias” sobre o recurso que a WADA iria apresentar.
“É difícil entender o que vai acrescentar ter três juízes diferentes a examinar os mesmos factos e de novo os mesmos documentos”, acrescentou entretanto o tenista, em comunicado citado pela agência AFP.
“Mas não tenho nada a esconder e, como já disse, vou cooperar totalmente com o processo do recurso e fazer o que for necessário para provar novamente a minha inocência”, acrescentou. “Estou convencido de que provarei minha inocência, será a terceira audiência”, afirmou.
Os dois exames que encontraram evidências da presença do esteroide clostebol no organismo do italiano foram realizados em março, durante o Masters 1000 de Indian Wells e antes do torneio de Miami, mas só foram tornados públicos no final de agosto, quando a ITIA absolveu o italiano ao final de uma investigação.
Jannik Sinner, campeão do Open da Austrália e do US Open este ano, alegou ter havido uma “contaminação acidental” e que as pequenas quantidades da substância, um anabolizante derivado da testosterona, provinham do seu fisioterapeuta, que usou um spray de venda livre para tratar um corte num dedo — e o contaminou ao aplicar massagens.
Pouco antes do Grand Slam dos Estados Unidos, o italiano afastou da sua equipa o fisioterapeuta, Giacomo Naldi, alegado responsável pela contaminação, e o preparador físico Umberto Ferara, que tinha indicado o spray a Naldi.
Vários tenistas denunciaram desde então um possível favorecimento a Sinner, que pôde continuar a competir no circuito durante o processo.
“Talvez só queiram ter certeza de que tudo foi feito da maneira correta, mas sim, estou surpreendido que eles tenham recorrido”, concluiu o jogador.