Agência Europeia para a Segurança da Aviação alerta para limitações dos Airbus 321neo

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A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) publicou na passada quarta-feira um estudo sobre um problema nos Airbus 321neo que pode dar origem a uma “redução do controle do avião”.

O documento alerta todas as companhias que operam os A321neo — a TAP é uma delas, bem como a Air New Zealand, a American Airlines, a British Airways, EasyJet, Etihad ou a Lufthansa, por exemplo — sobre condições excessivas provocadas pelo ângulo de atitude do avião.

Segundo os testes que realizaram, o pitch excessivo “pode ocorrer em certas condições durante manobras específicas” e isso, diz a EASA, se não for corrigido, pode resultar na “redução do controle do avião”. Certas manobras mais extremas que estejam ligadas a este parâmetro de voo podem dar origem a uma perda de controlo, daí ter sido aconselhada uma limitação desses mesmos movimentos.

A fabricante de aeronaves já reagiu a este estudo, de acordo com o Observador, e emitiu revisões temporárias dos manuais de voo destes aviões, adicionando-lhes várias limitações operacionais. Foi também dado às companhias aéreas o prazo de 30 dias para atualizarem os seus manuais de voo de acordo com as orientações da EASA.

Já foram assumidos por este fabricante francês de aviões certas falhas como a libertação de gotas de óleo do motor e falhas no ar condicionado dos modelos A330neo. Nos últimos meses têm havido relatos de enjoos e mau cheiro nos aviões deste modelo operados pela TAP.

A companhia aérea portuguesa mandou investigar no mês passado depois de vários relatos de maus cheiros, indisposições e vómitos a bordo.  Relativamente a estes problemas denunciados pelas tripulações destes novos aviões, a Airbus diz ainda não ter resposta para o problema.

Não são só os tripulantes de cabina a queixar-se. Os pilotos também estão preocupados. Numa carta escrita pelo SPAC, o sindicato dos pilotos diz que “tem vindo a acompanhar com grande apreensão” o fenómeno de odores e vapores nos novos aviões.

Na semana passada, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil já contava mais de uma dezena de casos de enjoos, tonturas, ardor nos olhos e “confusão mental” em tripulantes e passageiros — com a hipótese de uma greve a estar em cima da mesa.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) diz ter já recebido mais de uma dezena de denúncias de indisposições “que estão a colocar em alvoroço os tripulantes de bordo” da companhia aérea e que terão motivado várias reuniões de alto nível.

Apesar de parecer não haver problema para a saúde, o sindicato diz que “assim é que não pode continuar” e ameaça convocar uma greve “caso a TAP não mostre garantias de que o problema pode ser resolvido em pouco tempo”.

Também na semana passada, a TAP garantiu que testes efetuados a bordo dos novos A330neo não encontraram “a bordo quaisquer substâncias que possam constituir um perigo para a saúde dos tripulantes e dos passageiros”, nem “registo de insuficiência de oxigénio”.

A companhia aérea portuguesa, à semelhança do que já fez a Airbus, garante que os fenómenos verificados nestes aparelhos não têm efeitos nocivos para a saúde, não se tratando de gases tóxicos que possam afetar passageiros, tripulantes ou pilotos. A segurança dos voos não estará em causa.

ZAP //

1 Comment

  1. Parece que na “fussanguice” das vendas, estes fabricantes começam a descurar a segurança, até que acidentes comecem a acontecer.

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