A agência dos EUA para a ética dos titulares de cargos públicos recomendou à Casa Branca que investigue e eventualmente puna a assessora Kellyanne Conway, depois de esta ter feito propaganda a produtos de Ivanka Trump.
A recomendação da Agência para a Ética no Governo foi divulgada na terça-feira em carta dirigida aos advogados da Casa Branca, e é a complicação mais recente de Conway.
No documento, considerou-se que havia razões para acreditar que a conselheira de Trump terá violado as normas de conduta dos funcionários governamentais, ao fazer publicidade à linha de moda de Ivanka Trump durante uma entrevista à Fox News divulgada na semana passada.
Aparecendo na sala de imprensa da Casa Branca, Conway apelou aos espetadores que “comprassem os produtos”, antes de acrescentar que ia “fazer um anúncio gratuito”, recomendando aos telespetadores: “Vão comprá-los hoje. Podem encontrá-los na internet”.
Os comentários ocorreram um dia depois de Trump ter distribuído uma mensagem na rede social Twitter, em que considerava que a rede de lojas especializadas Nordstrom tinha tratado a sua filha injustamente, ao deixar de vender a sua linha de moda. A empresa justificou a decisão com as baixas vendas dos produtos.
Na segunda-feira, Conway afirmou que Michael Flynn, então assessor de Segurança Nacional de Donald Trump, tinha a confiança total do presidente, horas antes de Trump o despedir.
Inquirida sobre as observações de Conway sobre Flynn, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, adiantou que a decisão de Trump foi amadurecida ao longo do tempo.
“Foi um processo evolutivo e erosivo. Quando (Trump) determina que tomou uma decisão sobre um assunto, é quando informa o staff. Portanto, foi uma situação que se desenvolveu”, disse Spicer.
Na terça-feira, em entrevista ao programa “Today” da NBC, Conway negou que as suas posições sobre o futuro de Flynn tenham sido inconsistentes com a de Trump, dizendo que “ambas era verdadeiros”.
Inventou massacre que nunca existiu
Nas últimas semanas, Conway também mencionou um massacre, em Bowling Green, que nunca aconteceu, e entrou em polémica pública com a cadeia noticiosa CNN, que decidiu exclui-la de um programa dominical.
Conway argumentou que se tinha enganado em referência ao dito massacre e contestou que tenha sido excluída do programa da CNN, contrapondo que estava indisponível.
Na carta dirigida à Casa Branca, o diretor da agência para a ética, Walter Shaub, escreveu que os comentários de Conway parecem ser “uma clara violação da proibição de abuso de posição”.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer afirmou na semana passada que Conway tinha sido “aconselhada” em relação aos seus comentários, mas fonte da agência para a ética assegurou que ainda não tinha sido recebida qualquer informação sobre a existência de qualquer ação corretiva.
Esta agência para a ética quer que a Casa Branca responda por escrito até 28 de fevereiro o que decidiu fazer em relação a este assunto.
ZAP // Lusa