África da Sul pede à família real que devolva o maior diamante lapidado do mundo

Wikimedia

O diamante Cullinan I por lapidar.

Várias personalidade sul-africanas apelam ao Reino Unido que devolva aquele que é considerado o maior diamante lapidado do mundo.

Grande Estrela de África ou Cullinan I é como é conhecido o maior diamante lapidado do mundo. Com a morte da rainha Isabel II, intensificam-se os pedidos para que a família real britânica o devolva, escreve o Expresso.

O diamante tem origem na África do Sul e foi entregue pelas autoridades coloniais sul-africanas à família real britânica no início do século XX. É precisamente neste país em que os apelos da devolução têm ganhado força.

“O diamante Cullinan deve ser devolvido à África do Sul com efeito imediato. Os minerais do nosso país e de outros países continuam a beneficiar a Grã-Bretanha à custa do nosso povo”, defendeu o ativista Thanduxolo Sabelo, em declarações ao TimesLIVE.

Há quem vá mais longe e exija a devolução de todos os diamantes e ouro roubados, assim como o pagamento pelos danos causados.

O deputado e líder do partido African Transformation Movemen, Vuyolwethu Zungula, instou a África do Sul a “exigir a reparação de todos os danos causados pela Grã-Bretanha” e a “devolução de todo o ouro e diamantes roubados”.

Por sua vez, a porta-voz do partido Economic Freedom Fighters, Leigh-Ann Mathys, apelou a “repatriações para todos os roubos coloniais, dos quais faz parte o roubo da Grande Estrela de África”.

“As transações coloniais são ilegítimas e imorais”, defende o professor de política africana da Universidade da África do Sul, Everisto Benyera. “Receber um diamante roubado não exonera o recetor. A Grande Estrela é um diamante de sangue. A empresa mineira privada, o governo de Transvaal e o Império Britânico faziam parte de uma rede maior de colonialismo”.

A pedra foi vendida para o governo de Transvaal em 1907, que a deu de presente ao rei Eduardo VII.

Decorre atualmente uma petição, já assinada por mais de 6.400 pessoas, para que o diamante seja devolvido. “Como sul-africanos, gostaríamos que os nossos diamantes fossem devolvidos e exibidos num museu sul-africano”, lê-se na petição.

ZAP //

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