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Afinal, o núcleo interno da Terra não é tão sólido quanto se pensava

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O núcleo da Terra é extremamente importante, mas pouco se sabe sobre a sua história ou formação. Agora, um grupo de cientistas sugere que, afinal, não é tão sólido quanto se pensava.

A nova investigação sustenta que o núcleo interior “sólido” da Terra é, afinal, dotado de uma gama de estruturas líquidas, macias e duras. Como é impossível conduzir estudos diretos ou analisar a área devido à temperatura e à pressão extremas, os cientistas basearam-se em dados provenientes das ondas sísmicas.

Através do conhecimento de “sismos na crosta e no manto superior” e de análises de “observatórios na superfície da Terra, a sismologia é a única forma direta de investigar o núcleo interior e os seus processos”, explicou Rhett Butler, geofísico da Escola de Ciências e Tecnologia do Oceano e da Terra da Universidade do Havai, citado pelo Science Daily.

À medida que as ondas sísmicas se movem através das várias camadas do planeta, a sua velocidade muda, pelo que podem ser refletidas ou refratar-se, dependendo dos minerais, da temperatura e da densidade dessa camada.

A equipa usou dados de sismómetros perto do epicentro de terramotos. De forma a cobrir todo o núcleo interno, os cientistas estabeleceram cinco pares – Tonga-Argélia, Indonésia-Brasil e três entre o Chile e a China – que foram analisados pelo supercomputador japonês Earth Simulator.

“Em forte contraste com as ligas de ferro homogéneas e macias consideradas em todos os modelos terrestres do núcleo interior desde os anos 70, os nossos modelos sugerem que existem regiões adjacentes de ligas de ferro duras, macias, líquidas ou pastosas” nos 240 quilómetros da parte superior do núcleo interno.

“Isto coloca novas limitações quanto à composição, história térmica e evolução da Terra”, resumiu Butler, que evidencia que esta descoberta pode oferecer informações importantes sobre a dinâmica no limite entre o núcleo interno e o núcleo externo, responsáveis pela formação do campo magnético da Terra.

O artigo científico foi recentemente publicado na Physics of the Earth and Planetary Interiors.

Liliana Malainho, ZAP //

3 Comments

  1. Como é impossível conduzir estudos diretos ou analisar a área devido à temperatura e à pressão extremas, os cientistas basearam-se em dados provenientes das ondas sísmicas.

    -Tal como eles dizem, não é possivel ir ver in loco

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