Eduardo Cabrita, representante do Governo português na reunião, já fez saber que uma das prioridades é “criar condições para que, antes de mais, não exista uma onda de refugiados ou de migrantes”.
Os ministros do Interior da União Europeia vão tentar acordar uma resposta coordenada à situação no Afeganistão que previna uma crise migratória como aquela causada em 2015 pela guerra na Síria, numa reunião extraordinária que decorrerá hoje à tarde em Bruxelas.
Depois de uma videoconferência extraordinária realizada em 18 de agosto, três dias após os talibãs terem ocupado Cabul, os ministros responsáveis pelos Assuntos Internos dos 27, entre os quais o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, voltam a reunir-se para discutir a situação no Afeganistão, desta feita presencialmente, no dia que marca o fim do prazo para a retirada norte-americana do país, e quanto todos os restantes aliados já concluíram as operações de evacuação.
Antecipando o encontro dos 27, a presidência eslovena do Conselho da UE indicou que o objetivo é “coordenar a posição da UE sobre como responder ao potencial impacto da situação lá [no Afeganistão] na situação migratória e de segurança na UE”, sendo objetivo da liderança semestral rotativa do Conselho a adoção de uma declaração comum que assegure “uma abordagem concertada e comunicação coordenada”.
“O objetivo passa também por desenvolver um conjunto de medidas que ajudem a prevenir a repetição do cenário de 2015, quando os Estados-membros enfrentaram uma brutal pressão migratória” desde a Síria, assumiu o ministro do Interior esloveno, Ales Rojs.
Muitos Estados-membros da UE já manifestaram disponibilidade para receber afegãos que fogem do país por receio de represálias dos talibãs, tendo um grupo de 36 refugiados retirados de Cabul chegado no sábado a Lisboa, tendo Portugal recebido já até ao momento um total de 61 refugiados afegãos.
No final da videoconferência do passado dia 18, o ministro Eduardo Cabrita enfatizou que “Portugal tem tido sempre uma posição de participação ativa em processos quer de reinstalação, quer de recolocação”, sustentando que é também importante nesta fase “criar condições para que, antes de mais, não exista uma onda de refugiados ou de migrantes”, o que disse apenas ser possível com uma resposta coordenada a nível europeu, que os 27 tentarão então alcançar hoje.
Numa entrevista concedida ao jornal italiano Corriere dela Sera, hoje publicada, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, defende que a gestão da situação passa também por uma cooperação reforçada e ajuda financeira “aos países limítrofes” do Afeganistão, já que “a capacidade de acolhimento da Europa tem limites”, pelo que é necessário envolver os países vizinhos, à semelhança dos acordos que a UE fez com a Turquia há seis anos no quadro do conflito na Síria.
De acordo com um esboço da declaração comum posta a circular pela presidência eslovena, com vista à sua adoção hoje, o Conselho prevê precisamente um compromisso de ajuda aos países vizinhos para o acolhimento de refugiados, reconhece a necessidade de apoiar e fornecer proteção adequada às pessoas que dela necessitam, assume a importância de “aproximar as práticas nos Estados-membros” quanto ao tratamento de pedidos de asilo de cidadãos afegãos.
Além dos ministros com a pasta dos Assuntos Internos dos 27 Estados-membros, participarão no encontro representantes da Comissão Europeia, do Serviço Europeu de Ação Externa, da agência de guardas de fronteiras Frontex, da Europol, do gabinete de apoio ao Asilo e o coordenador da UE da luta contra o terrorismo.
A reunião tem início às 13:00 em Bruxelas (12:00 em Lisboa), devendo prolongar-se até ao final da tarde do dia que assinala o fim da presença das forças internacionais no Afeganistão, decidido pelos Estados Unidos.
Ainda esta semana, o Afeganistão dominará outras duas reuniões ministeriais da UE, os Conselhos informais de ministros da Defesa (entre quarta e quinta-feira) e dos ministros dos Negócios Estrangeiros (quinta e sexta-feira), que decorrerão na Eslovénia.
Primeiro, os talibãs não vão deixar sair mais ninguém, por isso, os ministros vão tentar resolver uma hipótese. Segundo, a Europa não consegue resolver o problema dos refugiados UE se acumulam nos centros da Grécia e Itália, quanto mais novos refugiados vindos do Afeganistão. Terceiro, pelos motivos antes enunciados, parece que os ministros europeus vivem no planeta “Não Sei Onde Vivo”.
A ‘crise de refugiados da Síria ‘ deu azo a vagas migratórias de uma panóplia de países, deste o Congo até ao Paquistão, incluindo Afeganistão, que aliás forneceu vários dos refugiados que ceifaram a vida de centenas de europeus com atentados terroristas em nome da religião da paz e do amor. Esta invasão, e destruição da cultura e tecido socioeconómico dos países faz parte da agenda globalista, agora ajudada pelo ataque aos direitos e liberdades dos povos por esta suposta pandemia manufacturada. O povo vive numa bolha e nada sabe. Repete-se a história do sapo na panela.