A guerra pelo domínio do El Corte Inglés entre os clãs de accionistas chegou aos tribunais. A justiça de Madrid vai levar a julgamento uma queixa apresentada por um dos accionistas do El Corte Inglês contra a Administração da Empresa.
Segundo o jornal El Confidencial, a justiça madrilena vai levar a julgamento a queixa apresentada contra o Conselho de Administração do El Corte Inglés pelo grupo Ceslar, accionista que detém 9% da empresa.
Em causa estarão suspeitas de apropriação indevida, branqueamento de capitais e violação do direito de informação aos accionistas.
A queixa foi apresentada contra o presidente da empresa, Dimas Gimeno, e cinco administradores da gigante retalhista espanhola – Antonio Hernández-Gil, Manuel Pizarro, Carlos Echevarría, Shahzad Shahbaz e Florentino Lasaga.
São ainda alvo da acção um assessor externo do grupo, David Barreiro, e duas empresas ligadas a este último, a Noganoir Capital e a Tereze Capital, sediadas respectivamente em Singapura e nos Emirados Árabes Unidos.
O juiz José María Escribano Laclériga pretende que a administração do Corte Inglês apresente os contratos que justificam pagamentos de cerca de 19 milhões de euros às duas empresas.
Segundo os administradores, o montante em causa foi pago no âmbito da intermediação de um empréstimo de 1000 milhões de euros concedido pelo antigo primeiro-ministro do Qatar, sheik Hamad bin Jassim bin Jaber al Thani.
Os autores da acção, no entanto, alegam que “o suposto serviço de assessoria nunca aconteceu, nem existe qualquer contrato assinado pelos administradores” da empresa.
“Este montante encobre na realidade pagamentos de comissões a terceiros cuja identidade se desconhece, através de sociedades opacas, e que podem significar claros prejuízos para a empresa”, diz ao El Confidencial Carlota Areces, líder da Corporación Ceslar.
Em agosto de 2015, a Assembleia de Accionistas do El Corte Inglés afastou da administração da empresa o chamado “sector crítico Areces Galan”, encabeçado por Carlota Areces.
