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Acusado de matar primo à sacholada diz não se lembrar das agressões

eltpics / Flickr

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O homem acusado de matar um primo à sacholada, em julho de 2013, em Adaúfe, Braga, admitiu hoje que pode ter cometido o crime, mas garantiu não se lembrar de ter agredido a vítima.

Num depoimento marcado pela incoerência, o arguido, de 44 anos, disse que, no dia dos factos, foi ele o primeiro a ser agredido na testa com uma enxada, precisamente pelo primo que viria a morrer.

“A partir daí, não me lembro de mais nada, fiquei em estado de choque“, referiu.

Depois, trabalhou a tese de legítima defesa.

“Se não fosse ele [a morrer], era eu”, disse ainda.

O arguido estava acompanhado do filho, de 14 anos, que também terá dado umas sacholadas na vítima.

“Se o meu filho não dá, tinha morrido eu”, afirmou o arguido.

Mais à frente, o arguido disse que pensou logo que ia morrer e que teve medo que acontecesse alguma coisa ao filho.

Admitiu que antes do crime tinha bebido “duas tigelinhas” de vinho e que na altura dos factos se encontrava “muito exaltado”.

Sublinhando que não teve intenção de matar, disse sentir-se “culpado”, confessou-se “arrependido” e pediu “perdão” à família da vítima.

Segundo a acusação, deduzida pelo Ministério Público, o agressor, de 44 anos, e a vítima, 13 anos mais velha, já andavam desavindos por causa de partilhas.

No dia dos factos, 8 de julho, encontraram-se para limpar um rego de água, em Adaúfe, Braga, que serve várias leiras, tendo havido mais uma discussão, dessa vez por causa de uma mangueira e de um motor de rega.

O arguido terá começado a insultar e ameaçar o primo, após o que os dois se “pegaram”.

Ainda segundo a acusação, a vítima começou por agredir o arguido na cabeça, com uma enxada.

O arguido respondeu da mesma forma, tendo a vítima caído no chão, inanimada, mas mesmo assim o arguido e um seu filho, de 14 anos, continuaram a agredi-la com utensílios agrícolas.

Um inspetor da Polícia Judiciária, hoje ouvida em julgamento, disse que as agressões foram perpetradas “com extrema violência“, tendo a vítima sido atingida com “pelo menos” seis sacholadas, sobretudo na cabeça.

O agressor está acusado de homicídio qualificado, um crime punível com pena de prisão entre 12 e 25 anos.

/Lusa

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