Os activistas do clima são “ignorantes” – e os jornalistas também

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O afastamento do cidadão comum de um assunto importante e ignorância que se aplica aos dois lados de um microfone.

Os protestos invulgares – mas cada vez mais frequentes – de activistas climáticos chegaram a Portugal e chegaram a Fernando Medina.

Desta vez foi o ministro das Finanças a ser atingido por uma activista, que atirou tinta verde.

Com recurso a uma garrafa, a jovem esguichou tinta na direcção do ministro das Finanças, enquanto gritava “sem futuro não há paz”.

Este momento, tal como outros do género (em Portugal e não só), voltou a ter cobertura mediática, com direito a entrevistas à jovem, que teve o seu “palco” naquele dia.

Anselmo Crespo acha que estas manifestações estragam a origem das mesmas: “Não é compreensível que alguém que queira protestar – legitimamente e por uma causa legítima – consiga estragar o motivo pelo qual protesta”.

O comentador disse na rádio Observador que “este nível de ignorância dos activistas não é normal”.

“O que mais confusão me faz é a ignorância completa dos argumentos. Quando lançam slogans como ‘Este é o último Inverno sem gás’ sem ter mais nada a dizer… Este não é o último Inverno sem gás. A humanidade iria acabar se isso fosse verdade. É uma ignorância assustadora”, continuou.

Anselmo Crespo disse que essa ignorância “não é aceitável” e explicou: “A informação está disponível. Deve-se criticar, sim, mas convém não tentar desinformar a sociedade”.

“E pior que tudo é mostrar alhos com bugalhos: isto é luta contra as alterações climáticas, não é luta contra o capitalismo”, avisou.

Mas o jornalista também deixou nota negativa para… os jornalistas: “Muitas vezes nós, jornalistas, estendemos o microfone a estes miúdos de forma completamente acrítica. Eles dizem o que querem e não contrariamos, não fazemos perguntas. Esticar o microfone não é fazer jornalismo. Esticar o microfone de forma acrítica também é ser ignorante”.

Luís Rosa, do Observador, seguiu o mesmo rumo: “O radicalismo destes jovens prejudica mais do que beneficia a causa ambiental. Estes jovens estão a afastar o cidadão comum deste tema”.

Sobre a postura dos jornalistas: “O escrutínio aplica-se a todos. Se não deixamos o Donald Trump dizer o que quer…”, continuou Luís, sublinhando que não estava a comparar os dois contextos em termos de poder.

Luís Rosa confessou que está muito preocupado com a “captura destes ambientalistas por parte de forças populistas e extremistas, nomeadamente de extrema-esquerda”.

ZAP //

2 Comments

  1. A tinta que eles usam é totalmente biodegradável ? O seu fabrico tem emissões zero?
    E para efectuar a limpeza é preciso muita água? E detergentes químicos?

    Aguardo resposta a estas questões por parte da Climáximo

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