Durante a noite ficamos mais suscetíveis a pensamentos negativos e as inibições diminuem. O risco de suicídio é três vezes maior entre a meia-noite e as seis da manhã do que em qualquer outra altura do dia.
Quando estamos acordados a meio da noite, estamos mais suscetíveis a ter pensamentos negativos, começamos a ter ideias perigosas e as inibições diminuem.
Há cientistas que acreditam que o nosso ritmo circadiano está muito envolvido nestas importantes mudanças e um estudo publicado na Frontiers in Network Psychology debruçou-se sobre como o nosso cérebro funciona à noite.
Os autores propõe uma hipótese chamada “mente após a meia-noite” que sugere que o corpo e a mente seguem um ciclo natural de 24 horas de atividade que influenciam as nossas emoções e comportamento, relata o Science Alert.
Durante certas horas, a nossa espécie está inclinada a sentir-se e agir de certas formas. No plano evolutivo, fomos treinados para dormir durante a noite, apesar de estarmos mais expostos ao risco de ser atacados quando está escuro.
Os investigadores acreditam que, para lidarmos com este maior risco, a atenção que damos aos estímulos negativos aumenta durante a noite. Juntando-se a isto a falta de horas de sono, cria-se um cocktail que nos deixa mais vulneráveis à instabilidade emocional e a ceder a tentações perigosas.
Os cientistas apontam dois exemplos. O primeiro é de um consumidor de heroína que consegue controlar os seus impulsos durante o dia, mas que acaba por ceder durante a noite. O segundo é de um estudante universitário que sofre de insónias que começa a sentir-se sem esperança e sozinho durante as suas noites acordado.
Ambos estes cenários podem ser fatais. O risco de suicídio, por exemplo, é três vezes maior entre a meia-noite e as seis da manhã relativamente a todos os outros períodos do dia. O consumo de drogas também é mais prevalecente durante a noite.
Os investigadores recomendam assim que façam mais pesquisas sobre o efeito da noite nestes comportamentos, para que se possa reduzir os riscos. Estudar como esta inversão do ritmo circadiano pode afetar trabalhadores com turnos da noite também é importante.
