Encontrado o túmulo de possível acompanhante de luxo de Alexandre, o Grande

Uma equipa de arqueólogos desenterrou o túmulo de uma cortesã que poderá ter tido ligações ao tempo de Alexandre, o Grande, no sul de Jerusalém, em Israel.

Este túmulo, que se crê ser o local de repouso de uma hetaira – uma acompanhante de alta classe da Grécia antiga que proporcionava companhia e estímulo intelectual a clientes de elite, para além de serviços sexuais – pensa-se ser o primeiro do género alguma vez encontrado.

O túmulo continha os restos mortais cremados de uma jovem mulher e um raro espelho de caixa, que foi preservado e é descrito como parecendo ter sido feito ontem, segundo o jornal britânico Daily Mail. Estes espelhos eram normalmente associados às mulheres gregas e apresentavam frequentemente representações de mulheres idealizadas ou de deusas como Afrodite, a deusa do amor.

A descoberta é descrita num estudo que será apresentando na conferência “Novos estudos sobre a arqueologia de Jerusalém e da sua região”. O coautor Guy Stiebel, arqueólogo da Universidade de Tel Aviv, acredita que também oferece a mais antiga prova de cremação em Israel do período helenístico.

Os investigadores especulam que a mulher enterrada neste túmulo pode ter acompanhado um membro sénior do exército ou do governo helenístico, possivelmente durante as campanhas de Alexandre, o Grande ou, mais provavelmente, durante as Guerras dos Diadochi que se seguiram às suas conquistas.

A localização do túmulo, ao longo de uma estrada que conduz a Jerusalém e longe de qualquer povoação contemporânea, levantou questões sobre o seu objetivo. Segundo Stiebel, a natureza do túmulo era intrigante, dada a escassez de informações arqueológicas sobre Jerusalém e os seus arredores durante o início do período helenístico.

Yoli Schwartz/Israel Antiquities Authority

O espelho encontrado pelos investigadores

O raro espelho de caixa desempenhou um papel crucial na revelação do mistério. Só se conhecem 63 espelhos deste tipo em todo o mundo helenístico e são frequentemente associados a mulheres gregas. A elevada qualidade do espelho e a sua excelente conservação indiciavam o estatuto da mulher sepultada.

A localização do túmulo à beira da estrada e a distância de qualquer povoação levaram os especialistas a concluir que a falecida estava provavelmente a acompanhar um exército em movimento, algo que as esposas gregas raramente faziam. Assim, deduziram que o túmulo pertencia a uma hetaira.

Estima-se que os restos mortais do túmulo datem do final do século IV ou do início do século III a.C. Outros testes poderão revelar mais sobre a identidade da mulher e o exército a que estava associada.

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