Acidente que matou família com 6 filhos adoptados pode ter sido intencional

Cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas depois do despiste de um carro, num penhasco na Califórnia, que as autoridades acreditam poder ter sido “intencional”.

O casal Sarah e Jennifer Hart e três dos seus seis filhos adoptados estão entre as vítimas, enquanto três das crianças continuam desaparecidas. Os contornos deste acidente são um verdadeiro mistério e nem sequer há certezas quanto à data em que aconteceu.

O veículo acidentado foi descoberto no dia 26 de Março, depois de ter sido visto por um condutor que estava de passagem por uma estrada da Califórnia. Os cadáveres do casal estavam no seu interior. Fora do carro, também mortos, estavam três dos seis filhos adoptados pelo casal lésbico, Markis Hart, de 19 anos, Jeremiah Hart e Abigail Hart, ambos com 14 anos.

Desaparecidos continuam Hannah Hart, de 16 anos, Sierra Hart, de 12, e Devonte Hart, de 15, mas as autoridades acreditam que também estariam dentro do veículo com as duas mulheres de 38 anos. Os corpos podem ter sido arrastados pelo mar, já que o carro caiu de um miradouro costeiro, paragem habitual de turistas, despenhando-se contra as rochas banhadas pelo Oceano Pacífico.

Mas as buscas pelos corpos estão também a decorrer “noutros locais, incluindo as rotas de viagem” do casal, destaca a Patrulha de Trânsito da Califórnia, num comunicado citado pelo canal de televisão KGW.

As autoridades suspeitam que a queda de uma altura de mais de 30 metros pode ter sido provocada pela condutora do veículo.

A informação do software do veículo e a falta de marcas de travagem na estrada levam a polícia a acreditar que “o acidente foi intencional”, afirma o Capitão Greg Baarts, da patrulha de trânsito da Califórnia, em declarações divulgadas pela rádio NPR.

A polícia já fez buscas na casa do casal em Woodland, no estado de Washington, e até agora não encontrou qualquer bilhete de despedida, nem indícios que ajudem a desvendar o mistério.

 

(cv) Youtube

Denúncia nos serviços sociais

Dias antes do acidente, os serviços sociais do estado de Washington abriram uma investigação ao casal depois de uma denúncia de um vizinho, que dizia que as crianças não estariam a ser alimentadas adequadamente, avança a KGW. Um assistente social foi à habitação da família, mas não encontrou ninguém.

O vizinho que fez a denúncia conta, em declarações divulgadas pela CNN, que uma das crianças, Devonte, um dos que está desaparecido, começou a deslocar-se à sua casa para “pedir comida” e a dizer que lhe “estavam a tirar refeições como castigo”. Foi depois disso que contactou os serviços sociais.

Outro dado que pode ser importante para o caso reporta-se ao facto de, em 2011, Sarah Hart se ter dado como culpada de uma acusação de violência doméstica, assumindo ter espancado um dos filhos, então com 6 anos, após a criança se ter queixado na escola de dores no estômago e nas costas. Foi condenada a serviço comunitário e a um ano de prisão com pena suspensa.

Nessa altura, o casal vivia em Alexandria, no Minnesota, de onde terá saído depois de terem colocado uma cruz a arder no jardim da sua casa, apurou o Daily Mail. Um gesto que o casal atribuiu ao Ku Klux Klan, pelo facto de ser uma família multirracial.

Mudaram-se então para West Linn, no Oregon, até que, há cerca de um ano, se instalaram no estado de Washington. Os vizinhos falam deles como uma família “muito reservada”.

As crianças não iam à escola, eram educadas em casa por Jennifer, enquanto Sarah trabalhava num grande armazém comercial como gerente-assistente, conta um vizinho ao Daily Mail.

A família costumava viajar com regularidade, para participar em festivais, para acampar ou para participar em iniciativas sociais. Devonte, um dos filhos negros do casal, ficou conhecido depois de ter sido fotografado em lágrimas, a abraçar um polícia branco, em 2014, durante protestos, no seguimento da morte de homem negro em Ferguson, no Missouri, que foi abatido por polícias.

SV, ZAP //

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