Um xeque-mate (quase) perfeito. Só a abstenção beliscou a vitória de Montenegro

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Luís Montenegro, líder do PSD

Luís Montenegro conseguiu alcançar o sonho antigo de ser presidente do PSD. Com 19.246 votos líquidos, o antigo líder parlamentar assume o leme do partido, numa eleição que teve como segundo vitorioso a abstenção.

O Expresso salienta que, no passado sábado, o segundo mais votado foi a abstenção, com um total de 17.641 militantes que, estando em condições de votar, não o fizeram.

Num universo de 44.629 militantes com quotas em dia, só 26.987 foram votar, o que reflete uns inéditos 39,53% de abstenção. Nas últimas diretas, de Rui Rio contra Paulo Rangel, a abstenção ficou-se nos 21,8%, e nas diretas de 2020 entre Rui Rio e Luís Montenegro, tinha sido ainda ligeiramente inferior.

Analisando os números, em Lisboa, ficaram em casa 2.650 pessoas (46,7% do total), quando em novembro do ano passado só 1.743 militantes não foram votar (28,8%).

No Porto, 3.293 pessoas ficaram em casa (43%), quando nas últimas diretas a abstenção tinha sido de apenas 17%.

Já no distrito de Braga, a abstenção duplica e no de Aveiro mais do que duplica, passando de 17% em 2021 para 40%

No discurso da vitória, Montenegro salientou que, “se há um problema de abstenção nesta eleição não é com esta candidatura”. O líder eleito foi claro: foi o adversário, Jorge Moreira da Silva, que não soube capitalizar mais votos – ou a máquina de Rio que deixou de funcionar.

O Expresso analisou os números e concluiu que Luís Montenegro só precisou de convencer mais 4 mil eleitores do que tinha convencido há dois anos, quando disputou a eleição frente a Rio. Na altura, teve 15.087 votos, contra os mais de 17 mil do ainda presidente.

Os números da abstenção mostram que, além de o PSD ser agora um partido desmobilizado, o rioísmo é mais fraco sem Rio.

ZAP //

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