Abriu recentemente – ainda que online – o museu que não deveria existir. Chama-se Museu de Extinção Marinha, pode ser acedido através do telemóvel e nasceu para sensibilizar para as espécies em vias de extinção.
O Museu da Extinção Marinha (MEM) só pode ser visitado de forma virtual, mas promete ficar na memória dos que o fizerem.
De acordo com o Público, o museu que não deveria existir nasceu da necessidade de proteger o ambiente marinho e consciencializar as pessoas para a sua importância.
Assim que “entra” no museu, são apresentados seis edifícios que correspondem às áreas marinhas protegidas nacionais: Litoral Norte, Berlengas, Parque Natural da Arrábida, Parque Marinho do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, Reserva Natural Parcial do Garajau (Madeira) e a Área Protegida de Gestão de Recursos do Canal Faial-Pico/Setor Faial (Açores).
Em cada um dos edifícios, são apresentadas as espécies marinhas em perigo de extinção nessa zona e o que pode fazer o visitante para evitar este problema.
No total, há 18 espécies neste museu – três por cada área marinha protegida -: o peixe-lua das Berlengas; o tubarão-azul dos Açores e o cavalo-marinho da Arrábida são alguns exemplos.
Gonçalo Silva, biólogo e investigador no Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA) e no Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), disse ao diário que o projeto é apelidado como “o museu que não deveria existir” porque “não o queremos ver; queremos sim que as espécies vivam no seu meio natural”.
A ideia de criar um museu digital surge no âmbito do projeto BiodivAMP, financiado pelo programa Fundo Azul, e o design da plataforma ficou a cargo do arquiteto Ricardo Bak Gordon.
“É de máxima urgência resolver e evitar a degradação dos oceanos e o declínio da biodiversidade provocadas pelo Homem, se queremos inverter a autodestruição”, disse Gonçalo Silva, citado pela Exame Informática.
“As pessoas devem conhecer, valorizar e proteger a riqueza natural das nossas áreas marinhas, que são essenciais para uma gestão regulada do oceano, ou arriscamo-nos a perder todo este capital natural. Por isso acreditamos que, informando os portugueses sobre este tema, todos poderemos ter um papel mais ativo na conservação destes lugares”, acrescentou.