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As abelhas tocam, libertam uma carga elétrica e sente-se o perfume da flor

Uma equipa de cientistas descobriu que a pequena carga elétrica criada pelas abelhas estimula algumas flores a libertarem o seu perfume adocicado. Esta característica pode ter evoluído nas plantas para maximizar a eficácia dos químicos atrativos que libertam.

A autora principal do estudo, Clara Montgomery, explicou que “as flores têm um fornecimento limitado destes aromas, pelo que faz sentido que só os libertem quando os seus polinizadores estão por perto”. No fundo, “só vale a pena fazer publicidade quando se sabe que se tem uma audiência”.

Os aromas são também usados ​​por insetos que querem comer ou colocar ovos na planta, pelo que aumentar a probabilidade de atrair apenas polinizadores é vital.

Segundo o Phys, a equipa mediu a pequena carga elétrica transportada por cada abelha e a quantidade do principal atrativo químico – o benzaldeído – libertado pelas flores Petunia integrifolia em resposta às visitas destes polinizadores.

De acordo com os resultados, as flores visitadas por abelhas que voam livremente apresentaram um aumento significativo na produção dos elementos químicos, ao contrário das flores tocadas com uma haste de metal eletricamente carregada, que não mostraram qualquer aumento.

Quando tocada com uma esfera eletricamente carregada (com uma carga equivalente a cerca de cinco visitas de abelhas), as emissões de perfume das flores aumentaram significativamente, quase duplicando o volume médio do perfume.

Os cientistas sabem há muito tempo que os polinizadores transportam cargas elétricas positivas, mas esta é a primeira demonstração de plantas que utilizam esta carga em seu benefício.

“Visitas frequentes de polinizadores à flor causariam a acumulação de carga, que poderia exceder um limiar de libertação de odores. Os insetos são os polinizadores dominantes nos agroecossistemas. Quanto melhor compreendermos as interações polinizador-planta, melhor poderemos preservar os insetos polinizadores e garantir a segurança alimentar”, escreveram os autores do estudo, publicado este mês na The Science of Nature.

Liliana Malainho, ZAP //

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