O estudo confirma que as abelhas evoluíram no hemisfério sul e dá-nos mais informação que pode ajudar nos esforços de conservação.
Uma nova pesquisa publicada na Current Biology revela que as abelhas surgiram pela primeira vez num antigo supercontinente, a Gondwana ocidental, há mais de 120 milhões de anos. Este estudo inovador dá-nos uma visão sem precedentes sobre a evolução das abelhas, a sua transição de vespas e o seu papel crítico na biodiversidade global.
O estudo traça a linha evolutiva das abelhas e identifica a sua propagação geográfica pelo mundo. No que é possivelmente o mais amplo estudo genómico de abelhas até à data, os cientistas comparam genes de mais de 200 espécies de abelhas com características de 185 diferentes fósseis de abelhas e espécies extintas, ajudando a estabelecer um histórico abrangente dos animais.
Contrariamente às suposições anteriores, os investigadores descobriram que as abelhas se diversificaram e espalharam mais rapidamente e de forma mais ampla do que se pensava.
As abelhas originalmente passaram de predadoras de vespas a recolhedoras de néctar e pólen nas regiões áridas da Gondwana ocidental durante o período Cretáceo inicial. “Pela primeira vez, temos evidências estatísticas de que as abelhas tiveram origem na Gondwana. Agora sabemos que as abelhas são originalmente insetos do hemisfério sul“, afirmou Silas Bossert, professor assistente na Universidade Estadual de Washington.
À medida que novos continentes foram formados ao longo do tempo, as abelhas migraram para o norte, expandindo-se e diversificando-se em sincronia com as angiospermas, as plantas com flores. Posteriormente, as abelhas colonizaram a Índia e a Austrália, com todas as principais famílias de abelhas a evoluir antes do início do período Terciário, explica o SciTech Daily.
Os cientistas sugerem que a impressionante diversidade floral nas regiões tropicais do hemisfério ocidental deve-se em parte à relação de longa data com as abelhas. Compreender como as abelhas se espalharam e se adaptaram pode potencialmente contribuir para a manutenção de populações de polinizadores saudáveis.