(dv) UC Davis

Três anos de dados cósmicos finalmente revelados podem mudar para sempre o que sabemos sobre a energia escura — que afinal pode estar a evoluir no tempo.
O Dark Energy Spectroscopic Instrument (DESI), capaz de captar a luz de 5000 galáxias ao mesmo tempo, revelou que a energia escura pode afinal não ser a “constante cosmológica” física que pensávamos — pode, afinal, estar a modificar-se ao longo do tempo.
A colaboração DESI junta mais de 900 cientistas de 70 instituições do mundo inteiro, e as novas descobertas foram publicadas a 19 de março em vários artigos que se encontram no repositório online arXiv.
Os investigadores acreditam que a energia escura pode desempenhar um papel fundamental na expansão acelerada do Universo. Agora, sabe-se que esta energia pode estar a evoluir.
Através de medições dados da radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB), a primeira luz do Universo, e de observações de supernovas e lentes gravitacionais fracas, a equipa afirma que até agora, a preferência por uma energia escura em evolução ainda não atingiu uma significância estatística de 5 sigma.
“Com um significado de 4,2 sigma, penso que estamos a chegar a um ponto de não retorno”, disse um dos autores, Ishak-Boushaki, à SciTechDaily.
“Nesta nova análise, não só confirmámos as nossas descobertas anteriores de que a energia escura está provavelmente a evoluir ao longo do tempo, como estamos a aumentar a sua importância. O ponto que considero mais entusiasmante é o facto de as provas serem provenientes de diferentes conjuntos de dados“, acrescenta.
São milhões de dados: a nova análise utiliza informação dos primeiros três anos de observações de cerca de 15 milhões de galáxias e quasares.
“Há 25 anos que trabalho com a questão da aceleração cósmica e a minha perspetiva é que, se as provas continuarem a aumentar, e é provável que assim seja, isto será enorme para a cosmologia e para toda a física”, garante o investigador. A SciTechDaily considera que a descoberta pode “abalar as leis da física”.