Já conseguimos ver a primeira luz do Universo

ACT Collaboration; ESA/Planck Collaboration

Formou-se há 13,4 mil milhões de anos e foi a primeira luz a surgir após o Big Bang. Agora, após 5 anos de observação, foi finalmente revelada.

O Telescópio Cosmológico de Atacama (ACT) compilou o mapa mais detalhado que alguma vez vimos do fundo cósmico de micro-ondas — a primeira luz a surgir no Universo após o Big Bang.

“Estamos a ver os primeiros passos para a criação das primeiras estrelas e galáxias”, diz à Science Alert Suzanne Staggs, física da Universidade de Princeton, nos EUA.

“E não estamos apenas a ver o claro e o escuro, estamos a ver a polarização da luz em alta resolução. Este é um fator que distingue o ACT do Planck e de outros telescópios anteriores”, aponta ainda.

É a luz mais antiga de sempre, mas só se formou cerca de 380000 anos depois do Big Bang. Foi então que estas partículas se começaram a combinar em gás neutro, na sua maioria hidrogénio, num fenómeno conhecido como a Época da Recombinação.

Depois de as partículas livres se terem agrupado em átomos, a luz foi capaz de se espalhar, propagando-se por todo o Universo. Essa primeira luz é a radiação cósmica de fundo (CMB).

Foi só 5 anos de observação depois que foi possível revelar esta luz, uma vez que, tendo-se formado há cerca de 13,4 mil milhões de anos, é agora extremamente ténue.

As descobertas foram apresentadas em pormenor em três artigos pré-impressos publicados no arXiv e na página online do ACT.

A última publicação de dados do ACT mostra ainda a intensidade e a polarização da CMB — o grau de rotação de uma onda de luz.

“Antes, conseguíamos ver onde as coisas estavam, mas agora também vemos como se estão a mover”, resume Staggs. “Tal como se usássemos as marés para inferir a presença da Lua, o movimento registado pela polarização da luz diz-nos quão forte foi a força da gravidade em diferentes partes do espaço.”

O novo mapa da CMB deu uma constante de Hubble de 69,9 quilómetros por segundo por megaparsec. É uma das medições mais rigorosas até à data, explica a Science Alert.

Podemos ver através da história cósmica“, comenta o astrofísico Jo Dunkley da Universidade de Princeton. “Desde a nossa Via Láctea, passando por galáxias distantes que albergam vastos buracos negros e enormes aglomerados de galáxias, até ao tempo da infância.”

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.