Abriu recentemente as portas em Ponte de Lima, a mais antiga e (dizem) mais bela vila de Portugal, um novo espaço dedicado ao que é um dos mais emblemáticos produtos da região: o Vinho Verde.
Reza a história que terão sido os Vinhos Verdes os primeiros vinhos portugueses a serem exportados para os mercados europeus.
Nos agora distantes séculos XVI e XVII, os característicos vinhos produzidos nos vales dos rios Minho e Lima eram transportados para o norte da Europa – nos mesmos barcos que nos traziam de volta, dir-se-ia quase que em troca, o bacalhau do Mar do Norte.
Actualmente, a Região dos Vinhos Verdes, no noroeste de Portugal, é uma das maiores e mais antigas regiões vitivinícolas do mundo, e nela se produzem os vinhos com denominação de origem Vinho Verde – que pela sua leveza, frescura e exuberância se afirmaram e impuseram no mundo.
Com uma área de vinhas de quase 35 mil hectares, corresponde a 15% da área vitícola nacional.
A região, e o emblemático vinho que das suas terras nasce, ganharam agora um novo espaço, no coração de Ponte de Lima: o Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde, “destinado a promover a Rota dos Vinhos Verdes e reforçar o posicionamento do Minho como destino de referência no enoturismo” – a nível nacional e internacional.
O Centro abriu oficialmente ao público no dia de Ponte de Lima, que comemora a entrega da Carta de Foral pela Rainha D. Teresa, datada de 1125.
A Vila Mais Antiga de Portugal engalanou-se então para receber o primeiro-ministro, António Costa, e dar ao Vinho Verde um meio privilegiado de promoção e dinamização.
O projecto, que resultou de uma parceria entre a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes e a autarquia de Ponte de Lima, representa um investimento de mais de 1,6 milhões de euros e irá “dignificar sobremaneira as nove sub-regiões que compõem a Região Demarcada dos Vinhos Verdes”, assegurou na ocasião o Presidente da Câmara de Ponte de Lima, Victor Mendes.
O Centro foi instalado em plena zona histórica da vila, na Casa Torreada Barbosa Aranha, uma típica casa-torre implantada em centro urbano, construída na primeira metade do século XVII e classificada pela Direcção-Geral do Património Cultural como Imóvel de Interesse Público em 1977.
O carismático edifício, que se encontrava degradado, foi adquirido pela autarquia local e recuperado em 2011, apresentando-se agora ao público em todo o seu esplendor – e com as valências funcionais que fazem dele um espaço de excelência para acolher o CIPVV.
O espaço organiza exposições temporárias e itinerantes, e mantém uma exposição permanente, que “nos conta uma história com as suas peças únicas e singulares na sua função”.
Está aberto de terça a domingo, das 10h às 18h, mas a sua influência na dinamização da vida e da cultura da região impõe-se todos os dias – e até fora de horas.
Exemplo disso é o Há… Jazz no CIPVV, que recentemente trouxe ao centro histórico da vila a música de Cole Porter, numa sublime interpretação da Escola de Jazz do Porto.
Ponte de Lima, a mais antiga e uma das mais belas vilas de Portugal, ganhou agora mais uma razão para merecer a sua visita.
AEIOU / CIPVV