A Uber está a cobrar mais aos clientes com pouca bateria no telemóvel

Antigo responsável da empresa admitiu, em 2016, que os clientes com percentagens mais baixas de bateria estavam mais dispostos a pagar por preços mais elevados.

A Uber está a ser acusada de cobrar tarifas mais elevadas aos clientes que tenham pouca bateria nos telemóveis, de acordo com uma investigação levada a cabo pelo jornal belga Dernière Heure com base em dados recolhidos na cidade de Bruxelas.

A publicação usa como exemplo dois pedidos idênticos para transporte com ponto de recolha e destino semelhantes, sendo que o preço cobrado foi 6% mais elevado (17,56 euros) quando o pedido foi feito por um telemóvel com apenas 12%. Contrariamente, ao pedido que partiu do dispositivo com 84% de bateria foi dado o preço de 16 euros.

Da parte da empresa, a postura passa por negar as acusações, com a garantia de que não consegue aceder à informação da bateria de um dispositivo e, muito menos, adaptar a tarifa a essa informação.

“A Uber não tem em consideração a bateria do telemóvel para calcular o preço de uma viagem”, pode ler-se numa declaração enviada ao Dernière Heure. “O preço dinâmico aplicado às viagens pedidas através da Uber são determinadas com base na procura existente para transporte e nos motoristas disponíveis que conseguem dar resposta”.

Apesar da recusa, esta não é a primeira vez que a Uber é confrontada com a acusação, lembra a Vice. Numa entrevista dada em 2016, o antigo responsável pela área da investigação económica Keith Chen admitiu que os utilizadores com percentagens mais baixas de bateria estão muitas vezes dispostos a pagar mais pelas suas viagens.

No entanto, Chen negou na altura que a empresa usasse este dado para alterar as tarifas.

ZAP //

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