RED ICE / JPL-Caltech / NASA

A sonda Voyager e o famoso disco dourado que levou para o espaço informação sobre a Humanidade. Ao fundo, Carl Sagan.
Em décadas passadas, havia quem receasse o risco de um sonda espacial trazer para a Terra um potencial vírus mortal que devastasse a vida no nosso planeta.
Mas embora tal seja algo que mereça consideração, as preocupações actuais prendem-se mais com as contaminações no sentido inverso.
O risco de uma sonda trazer para a Terra algo potencialmente perigoso é real, mas é minimizado pelo facto de esse tipo de recolhas ser extremamente raro.
Na maior parte das missões, as sondas são enviadas com um bilhete só de “ida” e nunca regressarão – o que coloca a preocupação na questão oposta: como evitar que não sejamos nós a contaminar o alvo de interesse que se deseja estudar?
Com o nosso planeta a estar repleto de vida, tornar-se de importância crucial fazer todos os possíveis para que nenhuma sonda leve consigo passageiros microscópicos indesejados.
Mas esta preocupação não é recente.
Já desde a década de 70, em missões como a da Viking, as sondas eram esterilizadas cozendo-as a 111ºC durante 40 horas.
Numa excelente crónica em vídeo do The Verge, Loren Grush explica como a NASA tem tentado manter as suas missões limpinhas – para que um dia se possa encontrar vida extra-terrestre que o seja de facto.
Claro que os requisitos de esterilização são diferentes consoante o tipo de missão.
Uma missão a Marte ou Europa (a lua, não a nossa Europa) têm requisitos muito mais apertados que uma missão a um asteróide, por serem locais onde os cientistas pensam haver condições que permitam a existência de vida.
Como pergunta Loren Crush, estaremos sozinhos no Universo?
Talvez não.
Mas nada seria mais embaraçoso do que vir a descobrir um dia que a vida que lá fosse encontrada, fossem afinal microorganismos levados para lá pelas nossas próprias sondas.