A Teoria dos Jogos vai ajudá-lo a ter uma ceia de Natal descansada

Mesmo numa mesa cheia de crianças, adeptos dos três grandes e pessoas com gostos alimentares muito específicos, é possível ter uma ceia de Natal calma e ordenada. O segredo? A teoria dos jogos.

Se num dia normal, por vezes, é difícil manter a harmonia à mesa; no Natal o desafio é ainda maior.

Cresce o número de pessoas, crescem as divergências… sejam elas gastronómicas, ideológicas e até clubísticas.

Com tanta eleição que o próximo ano nos reserva e com o campeonato de futebol ao rubro, a ceia de Natal 2023 promete discussões acesas.

Mas há uma estratégia para pôr ordem à mesa (e fora dela).

A Teoria dos Jogos é um ramo da Matemática Aplicada que estuda diferentes cenários estratégicos em que dois jogadores escolhem entre ações opostas — na maior parte dos casos, tendo que escolher entre “lutar ou fugir” — para tentar otimizar o seu ganho.

Como sugere a New Scientist, durante os encontros familiares, a teoria dos jogos pode ser aplicada a vários cenários.

Por exemplo, quando se trata de contribuir para ‘encher a mesa’ com comida, a teoria dos jogos sugere encorajar escolhas diferentes “sem ofender ninguém”, evitando a repetição de pratos.

Para dividir a última fatia de um bolo, por exemplo, os teóricos dos jogos recomendam o método ‘Eu Corto, Tu Escolhes’. Isso garante justiça, pois o divisor tem a motivação de fazer porções iguais.

Gerir o comportamento das crianças e encorajar a participação nas tarefas domésticas também é possível com um técnica da teoria dos jogos. Por exemplo, atribuir a tarefa de lavar a loiça por mau comportamento, pode ser mais eficaz do que “ameaças não credíveis”, como não voltar a ir passar um Natal a casa dos primos. Da mesma forma, estabelecer um exemplo através de ações em vez de palavras pode motivar um comportamento mais adequado.

Quando se trata de escolhas de entretenimento, um ‘sistema de leilão’ onde os membros da família ‘licitam’ atividades, para apurar aqueles que mais querem fazer as atividades, tendo assim as suas preferências, devidamente, honradas.

Por fim, a teoria dos jogos tem ainda a capacidade de ensinar às crianças o conceito de ‘partilha justa‘, com o ‘jogo do ultimato’.

Ao permitir que uma criança divida uma caixa de chocolates e a outra aceite ou rejeite a oferta, sob a ameaça de uma divisão justa por um adulto, espelha dinâmicas de negociação do mundo real, destacando a importância da perceção de justiça, mesmo com perda pessoal.

Como exemplifica a New Scientist, um cenário semelhante aplica-se às negociações sindicais. Se os termos não forem suficientemente justos para todos, todos perderão os benefícios até fechar o acordo.

As experiências mostram que as pessoas rejeitam ofertas, apesar de perderem cada vez mais no processo de negociação, se acharem que estão a fazer um negócio injusto. “Mesmo quando isso acontece às nossas próprias custas, parece haver um prazer em punir alguém que está a agir injustamente”.

ZAP //

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