Aparentam ser palhaços, mas na verdade são os soldados “mais fiáveis da Europa”

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Paul Ronga / Wikimedia

Guarda Suíça Pontifícia

34 novos Guardas Suíços – com uniformes coloridos e vistosos – juntar-se-ão, na próxima segunda-feira, ao exército do Vaticano – o mais pequeno do Mundo, composto por apenas 150 soldados.

Fundado em 1506 pelo Papa Júlio II, o exército do Vaticano é recrutado num grupo de cidades e aldeias suíças que, durante séculos, forneceram ao Vaticano guardas com a responsabilidade de garantir a segurança do Papa e do Palácio Apostólico.

Durante a Idade Média e o Renascimento, os suíços tinham a reputação de serem os mercenários mais fiáveis da Europa – combatentes fortes, que quase nunca mudavam de lado.

Agora, 34 novos Guardas Suíços completarão o exército do Vaticano – o mais pequeno do mundo – com 135 elementos, quando, a 6 de maio, fizerem o tradicional juramento ao Papa.

“Vamos voltar aos níveis pré-covid, é uma lufada de oxigénio que nos permitirá enfrentar o Jubileu de uma forma mais confortável”, disse o cabo Eliah Cinotti, porta-voz da força de segurança pessoal do Papa Francisco, esta terça-feira.

Os tradicionais e icónicos uniformes medievais azuis, laranjas e vermelhos ao estilo renascentista – muitas vezes confundidos com fatos de palhaço – não passam despercebidos a quem visita o Vaticano.

Alberto Luccaroni / Wikimedia

Guarda Suíça Pontifícia

Ainda assim, os guardas trabalham mais frequentemente em trajes civis e estão familiarizados com armas de fogo, tasers espingardas de assalto. Além disso, todos os meses são submetidos a rigorosos treinos de revisão e atualização.

Os requisitos para o recrutamento são rigorosos: os candidatos têm de ser homens; solteiros; ter pelo menos 1,74 metros de altura; ser católicos praticantes; ter cumprido o serviço militar obrigatório na Suíça; e ter um “caráter inflexível”.

Em 2021, o jornal suíço Sonntags Zeitung avançou que o Vaticano está a projetar a um novo quartel adaptado, para que mulheres possam vir a ser incluídas, neste exército.

Os Guardas Suíços alistam-se por um período mínimo de dois anos.

Na próxima segunda-feira, os 34 recrutas, levantando três dedos para evocar a Santíssima Trindade, vão jurar lealdade ao Papa – e também ao colégio cardinalício, para a eventualidade de vacatura da chefia da Igreja Católica.

Os Guardas Suíços prestam tradicionalmente o juramento de lealdade a 6 de maio, para recordar a morte de 147 antecessores durante o saque de Roma pelo imperador Carlos V, em 1527.

Só 42 guardas sobreviveram ao ataque e garantiram que o Papa Clemente VII (Giulio de Médici) escapasse à captura.

ZAP // Lusa

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