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A montanha mais alta da Europa encolheu 1 cm em dois anos

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bulbocode909 / Flickr

Mont Blanc, a montanha mais alta da Europa

O Mont Blanc, a montanha mais alta da Europa, já não é o que era – pelo menos, no que diz respeito à sua altura, segundo revelaram esta quinta-feira os investigadores que o mediram.

Localizada nos Alpes, na fronteira franco-italiana, o pico mais alto da Europa, o Mont Blanc, perdeu 1 cm em dois anos, e mede agora apenas 4.808,72 metros.

A nova altura da montanha foi medida com material de grande precisão e em condições meteorológicas “bastante complicadas”, com muito vento, contou à AFP o perito em geometria Nicolas Cornier, coordenador da expedição de 20 cientistas que realizou a medição.

“No topo, instalámos receptores Leica, pequenas parabólicas de 15cm a 20cm de diâmetro, colocadas em hastes fincadas na neve, que registam sinais GPS emitidos por satélites, que por sua vez são corrigidos por uma rede de antenas de localização para obter medidas precisas”, detalhou o especialista.

A altura do Mont Blanc varia segundo o vento e as precipitações e, nos últimos anos, oscilou bastante. Em 2015, foi calculada em 4.808,73 metros – mais 1 cm do que a medição realizada esta quarta-feira.

Em 2013, a montanha tinha 4.810,02 m, ou seja, mais 2 metros do que actualmente. Mas em 2007, a montanha media nada menos do que em 4.811 m, tendo crescido nada menos que 3 metros em relação aos 4.808 m que tinha em 2003.

Segundo um estudo recente, também os glaciares dos Alpes franceses, afectados pelas mudanças climáticas, registaram uma perda de 25% da sua superfície entre 2003 e 2015 – uma diminuição do volume de gelo “três vezes mais rápida” que nos anos anteriores.

Segundo o Laboratório de Glaciologia e Geofísica do Meio Ambiente de Grenoble, em França, nesse período a perda anual foi, em média, de 2%, em comparação com os 0,7% registados entre 1986 e 2003. Os glaciares do Mont Blanc são os que melhor “resistem” a essa erosão, com uma redução da superfície de cerca de 1% por ano entre 2003 e 2015.

O maciço mais afectado por esta erosão é o de Vanoise, que perde em média 2,6% de gelo por ano, principalmente porque “poucos cumes ultrapassam os 3.800 m de altura”.

O estudo foi realizado em colaboração com laboratórios austríacos, italianos e suíços, no âmbito de um programa da Agência Espacial Europeia, ESA, sobre os Alpes. As suas conclusões globais ainda não foram publicadas.

// GEO / RFI

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