A lua teve atividade vulcânica há 123 milhões de anos

Marshall Space Flight Center / NASA

Uma equipa de cientistas descobriu que o vulcanismo lunar persistiu há 123 milhões de anos.

Esta descoberta, apoiada pela datação de radioisótopos, representa a atividade vulcânica mais jovem registada na Lua.

Segundo o SciTechDaily, a datação de amostras de basalto vulcânico lunar, devolvidas à Terra pelas missões Apollo e Luna ou entregues à Terra como meteoritos lunares, mostrou que o vulcanismo basáltico lunar continuou até pelo menos 2,9 a 2,8 mil milhões de anos atrás.

Observações de deteção remota relatam um vulcanismo ainda mais jovem durante a era Copernicana tardia na Lua. No entanto, nenhuma destas observações fornece uma data exata para o potencial vulcanismo.

Num novo estudo, publicado este mês na Science, os investigadores analisaram cerca de 3000 esferas de vidro em amostras de solo lunar e identificaram três esferas de vidro vulcânico, com base nas suas texturas, composições de elementos principais e vestigiais bem como análises de isótopos de enxofre.

As erupções de magma rico em gás podem gerar fontes de magma, que produzem esferas de vidro submilimétricas. Estes grânulos podem ser depositados em bastas áreas e, consequentemente, transportados através da superfície lunar por impacto.

As esferas vulcânicas contêm grandes abundâncias de potássio, fósforo e elementos raros, conhecidos como elementos KREEP, que podem produzir aquecimento radioativo.

O aquecimento localizado devido aos elementos KREEP pode derreter rochas no manto da Lua, levando à erupção de pequenas quantidades de magma à superfície.

Atualmente, acredita-se que os KREEPs representam os últimos restos da cristalização do oceano de magma que existia no começo da história geológica lunar.

A datação das três esferas de vidro fornece provas definitivas de vulcanismo com cerca de 120 milhões de anos. A presença de vulcanismo lunar implica que pequenos corpos celestes, como a Lua, mantenham calor suficiente para sustentar a vitalidade interna até uma fase muito avançada.

Estes resultados contribuem para a criação de novas restrições para os modelos geofísicos sobre a história térmica do interior profundo da Lua.

Soraia Ferreira, ZAP //

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