A Inteligência Artificial já está na Fórmula 1 ao serviço das equipas

Lukas Raich

Fernando Alonso aos comandos de um Alpine, na temporada de 2021

Marca francesa Alpine quer voltar a ganhar campeonatos, fazendo uso, por isso, das mais avançadas tecnologias na projeção dos seus monolugares e na delineação das estratégias.

As diferentes aplicações da inteligência artificial pouco ou nada devem surpreender os apaixonados por tecnologia, ainda assim, não deixa de ser notícia o seu uso por parte de um dos desportos mais avançados do mundo no que respeita, precisamente à tecnologia: a Fórmula 1. Depois dos gráficos que são incorporados nas transmissões televisivas já partirem da análise da feita com recurso à inteligência artificial, também as equipas começam a utilizá-la no processo de planeamento e construção dos monolugares.

Laurent Rossi, engenheiro e diretor executivo da Alpine, confirmou ao grupo Motor Sport que a marca francesa está a seguir esta aposta. “Temos a estabilidade que o grupo Renault oferece para cinco ou dez anos de anos de financiamento constante, e também os ativos”, explicou o responsável. “O facto de a Fórmula 1 estar a distanciar-se cada vez mais dos testes físicos, graças às simulações e à análise de dados é positivo. No grupo Renault temos cientistas a trabalhar com machine learning e inteligência artificial de elevada qualidade, mecanismos que têm sido usados em várias vertentes.”

Rossi admite ainda a capacidade em juntar os dados e usá-los para estabelecer um novo nível de estratégia, nomeadamente nas corridas, de forma a elevar a equipa novamente aos primeiros lugares das tabelas – em 2021, conseguiram uma vitória com Esteban Ócon e um pódio com Fernando Alonso. “Queremos ganhar corridas e possivelmente um campeonato, talvez em 2024 ou 2025, dependendo de quando os regulamentos atuais acabem”, especificou o responsável.

Ao contrário das principais equipas, como a Mercedes ou a Red Bull, a Alpine está satisfeita com os tetos máximos de orçamentos estabelecidos, como forma de criar mais homogeneidade entre as equipas. “Acredito que temos todas as ferramentas para chegar a um ambiente específico. Com estas novas regras, fizemos um reset no desemprego: todos começam do zero e trabalhamos segundo os mesmos constrangimentos.”

Apesar de reconhecer que algumas equipas têm melhores recursos, Laurent Rossi acredita que o tabuleiro fica mais equilibrado, tornando-se “mais fácil” para a Alpine lutar pelos títulos. “Não se trata de colocarmos 200 milhões de dólares e eles 500 milhões. Cerca de 200 dólares, para cima ou para baixo é algo que podemos acompanhar.”

O plano de disputar o título daqui a dois ou três anos tem por base o aproveitamento de experiência na Fórmula 1 enquanto equipa de trabalho, com o motor e o chassis. “Podemos fazer um trabalho muito melhor na integração de toda a dinâmica”, descreveu Rossi.

ZAP //

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