A eletricidade gerada pelos terramotos produz pepitas de ouro gigantes

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Uma equipa de cientistas descobriu que a eletricidade gerada pelos terramotos pode ser a chave para a formação de pepitas de ouro gigantes.

O ouro forma-se naturalmente no quartzo, o segundo mineral mais abundante na crosta terrestre. No entanto, ao contrário de outros tipos de depósitos de ouro, os que se encontram no quartzo agrupam-se frequentemente em pepitas gigantes.

Segundo o Phys.org, estas pepitas flutuam no meio de filões de quartzo, que são fissuras em rochas ricas em quartzo. As pepitas são periodicamente bombeadas cheias de fluidos hidrotermais das profundezas da crosta.

Num novo estudo, publicado esta segunda-feira na Nature Geoscience, os investigadores realizaram uma experiência concebida para reproduzir as condições que o quartzo poderia experimentar durante um terramoto.

A equipa submergiu cristais de quartzo num fluido rico em ouro e aplicaram tensão  utilizando um motor para simular o abalo de um terramoto. Após a experiência, as amostras de quartzo foram examinadas ao microscópio para verificar se o ouro se tinha depositado.

A simulação confirmou que o ouro solidifica preferencialmente sobre os depósitos de ouro existentes nos filões de quartzo, o que ajuda a explicar a formação de grandes pepitas de ouro.

“O quartzo sob tensão não só depositou ouro eletroquimicamente na sua superfície, como também formou e acumulou nanopartículas de ouro. É notável é que o ouro apresenta tendência para se depositar nos grãos de ouro existentes, em vez de formar novos grãos”, explica o coautor do estudo, Andrew Tomkins.

As amostras de quartzo que não foram sujeitas a pressão não atraíram o ouro, mas as que foram sujeitas geraram uma tensão e atraíram o metal. Algumas das amostras foram revestidas com irídio, o que acentua a resposta piezoeléctrica do quartzo, imitando artificialmente uma maior atividade sísmica.

Nestas amostras cresceram pedaços maiores de ouro — mais de 6000 nanómetros em comparação com os 200 a 300 do quartzo não revestido.

Esta nova compreensão da formação de pepitas de ouro não só lança luz sobre um mistério geológico de longa data, como também realça a relação entre os processos físicos e químicos da Terra.

Soraia Ferreira, ZAP //

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