A China está a desenvolver armas com controlo cerebral. Os Estados Unidos ficam de fora

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geralt / pixabay

Departamento de Comércio dos EUA acusa a China de criar armamento de controlo cerebral e proíbe relações entre as empresas americanas e as organizações chinesas que estão a desenvolver esta nova tecnologia.

Os Estados Unidos acrescentaram mais 37 organizações, 34 delas chinesas, à sua lista de negócios proibidos. 12 das empresas da China estão a criar “armas de controlo com a mente”.

Segundo o The Register, as organizações listadas foram escolhidas por representarem uma ameaça à segurança nacional dos EUA.

Nenhuma empresa americana pode ter qualquer tipo de relação com as identidades referidas, sem uma autorização especial do governo.

As empresas da China, de acordo com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, estão a desenvolver armas de controlo cerebral e alterações genéticas para criar super soldados.

As “armas com controlo pela mente“, segundo os EUA, estão a ser criadas em conjunto com manipulações genéticas para “aumentar o rendimento humano”, com ligações entre o cérebro e a máquina, semelhantes ao projeto Neuralink, de Elon Musk.

Entre as organizações nomeadas, encontra-se a Academia de Ciências Médicas Militares da China (AMMS), e mais 11 dos seus institutos de investigação.

Os Estados Unidos incluíram a AMMS e os institutos na lista, com base “na utilização de processos biotecnológicos para apoiar os militares chineses e os utilizadores finais, com o suposto armamento de controlo do cérebro”.

O Departamento de Comércio declarou que “esta atividade é contrária aos interesses da segurança nacional e da política externa dos Estados Unidos”.

Um funcionário do departamento de Comércio americano foi citado, anonimamente, no The Financial Times, onde referiu que a biotecnologia estava a ser utilizada para fins militares, incluindo “mutações genéticas, aumento do rendimento humano e armas de controlo da mente”.

John Ratcliffe, ex-diretor da Inteligência Nacional dos EUA, escreveu um op-ed, há um ano, para o Wall Street Journal, onde afirmava que a China tinha realizado “testes em humanos”, em membros do exército, na esperança de desenvolver soldados com “capacidades biologicamente melhoradas“.

O Exército de Libertação Popular chinês (PLA) tem desenvolvido projetos de investigação militar, na área de ciência neurológica, e não tem propriamente escondido esses estudos.

Em 2018, o PLA publicou um estudo sobre a influência que a neuro ciência pode ter nas futuras guerras, desde usar tecnologias de controlo cerebral para melhorar o desempenho dos soldados, controlo do som, luz, eletricidade, estimulação magnética do cérebro até mesmo drogas.

Os investigadores do estudo também realçam a interferência negativa que podem causar nos cérebros dos inimigos, através da tecnologia.

Segundo Gina M. Raimondo, Secretária do Comércio, “a investigação científica de biotecnologia e inovação médica pode salvar vidas. Infelizmente, o governo chinês está a optar por utilizar estas tecnologias para controlo da população e repressão de membros de minorias étnicas e religiosas”.

Raimondo acredita que os Estados Unidos não podem permitir que a utilização desta nova tecnologia e software seja desviada para este tipo de atividades, contrárias aos interesses de segurança nacional americana.

A Secretária do Comércio criticou não só a China, mas também o Irão, por estarem a “tornar ferramentas que podem ajudar a humanidade a prosperar, em criações que ameaçam a segurança e estabilidade mundial“.

O Gabinete de Segurança Industrial do Departamento de Comércio americano também está a tomar medidas em relação às entidades que tentam desviar produtos dos Estados Unidos, para os programas militares do Irão.

Steven Okun, da empresa de consultoria estratégica McLarty, referiu no The Register que “estas ações realçam ainda mais a visão do governo dos EUA, de que fazer negócios na China pode entrar cada vez mais em conflito com os interesses de segurança nacional e externa americana”.

“Os líderes das empresas precisam de criar novas proibições ao investimento das organizações dos Estados Unidos na China e em entidades chinesas, especialmente quando se trata de tecnologia”, acrescenta ainda o consultor.

Os EUA têm o seu próprio programa de controlo cerebral, chamado BrainSTORMS, que pertence à DARPA, de desenvolvimento tecnológico do Pentágono.

Mas o governo chinês é implacável quando se trata de investigar novas tecnologias para fins militares.

De acordo com a Nature, os investigadores chineses são, atualmente, os mais publicados em revistas científicas de prestígio, em áreas como a inteligência artificial, aeronáutica, física quântica, genética, entre outras.

Nicolas Chaillan, antigo especialista de tecnologia do Pentágono, declarou que “estamos perto de um novo Pearl Harbor“, devido à desorganização e falta de investimento do Pentágono na indústria militar americana.

ZAP //

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