A Amazon terá discutido a intenção de bloquear a palavra “sindicato” e outras relacionadas de uma aplicação de mensagens interna que a empresa está a desenvolver para os trabalhadores.
Este mês, um grupo de funcionários de um centro de distribuição da Amazon em Nova Iorque confirmou a criação do primeiro sindicato da empresa de tecnologia fundada por Jeff Bezos. Apesar de o Amazon Labor Union ter sido criado há cerca de um ano, este passo era essencial para a sua legalização.
Agora, uma investigação da The Intercept revelou o quanto o termo “sindicato” assusta a gigante do comércio eletrónico.
A empresa está a considerar lançar, no final do mês, uma aplicação que funciona como um chat interno, ou seja, uma plataforma que permite aos funcionários comunicarem entre si. No entanto, o artigo expõe a intenção da Amazon de controlar as comunicações entre os seus trabalhadores.
De acordo com a investigação, a Amazon estava a planear bloquear termos associados à organização entre os funcionários, como “sindicato”, “queixas”, “compensação” e “aumento salarial”.
“Com texto livre, corremos o risco de as pessoas escreverem coisas que causam sentimentos negativos”, lê-se no documento a que o The Intercept teve acesso. “Queremos inclinar-nos para ser restritivos quanto ao conteúdo que pode ser publicado para evitar uma experiência negativa.”
Outras palavras e frases que o chat poderia ser capaz de bloquear incluem “ética”, “escravo”, “injusto”, “liberdade”, “injustiça”, “diversidade”, “isto é estúpido”, “não me interessa”, entre outros.
No seguimento desta investigação, uma porta-voz da Amazon afirmou que o controverso programa ainda não foi aprovado, pelo que poderia mudar antes de ser lançado.
“As nossas equipas estão sempre a pensar em novas formas de ajudar os empregados a interagir uns com os outros”, explicou, adiantando que a aplicação proposta, caso seja lançada, só irá selecionar termos que são ofensivos ou relacionados com assédio sexual.