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Dois séculos depois, os cientistas descobrem como nadava o plessiossauro

Heinrich Harder / Wikimedia

Representação de um par plessiossauros, "The Wonderful Paleo Art of Heinrich Harder", c.1920

Representação de um par plessiossauros, “The Wonderful Paleo Art of Heinrich Harder”, c.1920

Cientistas britânicos fizeram uma reconstituição de como se movimentava o plessiossauro, um antigo réptil marinho que povoava os oceanos na época dos dinossauros.

Um novo estudo poderá ter resolvido um debate que já dura há 200 anos. Segundo simulações de computador, o plessiossauro, um predador marinho que já se especulou que poderia ser o monstro do Lago Ness, nada de forma semelhante a um pinguim.

Basicamente, o plessiossauro usa apenas os membros dianteiros como propulsores e as traseiras como lemes, tal como fazem as aves marinhas.

A movimentação do animal era uma fonte de mistério e discórdia na comunidade científica desde que o primeiro fóssil de plessiossauro foi descoberto, pela exploradora Mary Anning, na região britânica de Dorset, em 1821 – numa época em que nem sequer o nome dinossauro tinha sido inventado.

Anos mais tarde, um estudo que relatava a descoberta levantou a questão sobre como a criatura nadava, já que as suas quatro barbatanas pareciam asas.

Os paleontólogos dividiram-se em duas correntes: uma sugere que o plessiossauro se movia como um barco, usando as quatro barbatanas como “remos”.

A outra corrente defende que o plessiossauro se movia como pinguins ou tartarugas, ou uma combinação de ambos.

Agora, uma simulação de computador baseada na análise do fóssil jurássico indica que o movimento se parece com o do pinguim.

“O nosso estudo sugere que um movimento vertical é o mais provável, como se o animal voasse na água”, explica à BBC Adam Smith, investigador do Museu de História Natural de Nottingham e um dos autores do estudo, que foi publicado na revista científica PLOS ONE.

A animação por computador foi feita a partir de análises de um fóssil de plessiossauro encontrado na Alemanha, o mais completo já encontrado até hoje e o único com as quatro “asas” preservadas.

A criatura media apenas 3m de comprimento – alguns plessiossauros poderão ter sido cinco vezes maiores.

Smith trabalhou com cientistas do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, e os especialistas concluíram que as barbatanas traseiras do plessiossauro tinham pouco impulso, sendo usadas especificamente para dar mais estabilidade e servir de leme.

Os plessiossauros eram vorazes répteis marinhos que viveram há centenas de milhões de anos.

Os paleontólogos acreditam que os plessiossauros matavam as suas presas por afogamento e rodopiavam-nas na água para as desmembrar.

“Provavelmente, faziam o mesmo que os crocodilos dos nossos dias”, acredita David Martill, investigador da Universidade de Portsmouth.

Muito bem, mistério desvendado. Mas entretanto, o que é afinal o monstro do Lago Ness?

ZAP / BBC

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