O presidente do Conselho de Administração da Pharol, Luís Palha da Silva, admite a possibilidade de vir a processar o ex-presidente da PT, Zeinal Bava, mas não há calendário para que tal aconteça de imediato.
Os acionistas da Pharol, antiga PT SGPS, aprovaram esta quarta-feira a autorização para que a empresa possa comprar e vender ações próprias.
Questionado porque razão Zeinal Bava não faz parte dos processos que estão a decorrer com os antigos administradores da PT, entre eles Henrique Granadeiro, Luís Palha da Silva afirmou que “tudo tem de ter uma explicação quanto ao tempo e nem todos os processos que são feitos contra um administrador têm de ser aplicados contra outros administradores”.
“Essa decisão não está tomada no Conselho de Administração sobre a pessoa em concreto, embora não seja de excluir. Não temos nenhum calendário para que isso possa acontecer de imediato”, disse o presidente da Pharol aos jornalistas, no final da reunião magna de acionistas da empresa.
Esta assembleia-geral aconteceu um mês depois de a Pharol ter anunciado que tinha dado entrada no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa a primeira ação de responsabilidade contra os ex-administradores Henrique Granadeiro, Pacheco de Melo e Amílcar Pires devido aos investimentos de 897 milhões de euros na Rioforte, do Grupo Espírito Santo (GES).
No final de junho de 2014, foi tornado público que as aplicações na Rioforte, datadas de abril de 2014, ascendiam no seu conjunto a 897 milhões de euros. Estes instrumentos de dívida acabariam por vencer a 15 e 17 de julho do mesmo ano, sem a PT SGPS (atual Pharol SGPS) conseguir obter aquele montante.
A situação culminaria na saída de Henrique Granadeiro, na altura presidente executivo e do conselho de administração da PT SGPS, a 07 de agosto do ano passado, e mais tarde de Zeinal Bava da Oi.
Questionado se espera recuperar o investimento no papel comercial da Rioforte, Luís Palha da Silva afirmou: “A nós anima-nos não apenas o dever fiduciário de responsabilizar, em nome dos nossos acionistas, quem eventualmente tenha praticado atos gestão que consideramos menos corretos, mas também, obviamente, a possibilidade que os acionistas e a empresa possam ser ressarcidos” dos prejuízos causados.
Qualquer processo que a Pharol mova “terá essas duas motivações”, acrescentou o gestor.
Sobre a eventual venda da Unitel, participada da empresária angolana Isabel dos Santos, pela Oi, a Pharol, que detém 27,18% da operadora brasileira, vê com bons olhos.
“Aprovamos totalmente os eixos estratégicos da Oi” e entre eles estão o reforço do balanço, que passa pela venda de ativos “que são menos importantes para o desenvolvimento da Oi”.
Ora, “a Oi é um deles”, disse.
“Ficaremos muito satisfeitos” se for possível chegar a um acordo, concluiu sobre o assunto.
No que respeita a uma eventual fusão entre a Oi e a TIM, o presidente da Pharol recordou que um dos eixos estratégicos da operadora brasileira “é participar ativamente em processo de consolidação”.
“Esse potencial da operação com a TIM é uma das oportunidades que vai ser estudada e nós, obviamente, suportamos totalmente”, acrescentou.
/Lusa
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