O uso da imunoterapia para combater o cancro foi o avanço científico mais significativo em 2013, revela o “ranking” anual da revista Science sobre as dez descobertas mais importantes, divulgado esta sexta-feira.
A imunoterapia é um novo tipo de tratamento de cancro que usa o próprio sistema imunitário do doente para combater as células cancerígenas.
Em vez de atacar o cancro directamente, o tratamento actua sobre o sistema imunitário, incluindo os linfócitos T, para que ataque os tumores.
Diversos ensaios clínicos de imunoterapia revelaram-se muito promissores, sobretudo contra os cancros agressivos, como o melanoma, segundo os responsáveis da última edição deste ano da revista, que sai hoje para as bancas.
Um grande número dos avanços em imunoterapia do cancro remonta à descoberta, no final dos anos 80, por investigadores franceses, de um receptor nas células T, que as impede de atacar os tumores cancerígenos com toda a sua força.
“Este ano, a imensa promessa representada pela imunoterapia contra o cancro deixa poucas dúvidas, mesmo sendo necessário manter a prudência devido ao baixo número de pacientes tratados”, disse Tim Appenzeller, redator chefe da Science.
Appenzeller destaca também o facto de que “um grande número de oncologistas está agora convencido de que estamos a assistir a um ‘tipping point‘, um momento chave de não retorno no tratamento do cancro”.
ZAP / Lusa