A guerra civil no Sudão do Sul atingiu em abril um novo nível de atrocidades. A ONU revelou pelo menos 172 raparigas e mulheres adultas foram raptadas e violadas pelo exército sul-sudanês e por milícias aliadas do Governo, sendo de seguida trancadas em casa e queimadas vivas.
O Relatório das Missões das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS), divulgado esta terça-feira, indica que os níveis de violência estão a aumentar e denuncia violações dos direitos humanos. A ONU acusa ainda o Exército da Liberação do Povo do Sudão (SPLA) de atrasar as investigações por restringir o acesso às zonas rurais – onde a maioria dos incidentes ocorrem.
As atrocidades têm sido cometidas ao longo de 18 meses de guerra civil entre os apoiantes do atual Presidente Salva Kiir e os do ex-vice-Presidente Riek Machar.
Apesar de não ser a primeira vez que são relatadas ações de violência, “há alegações não apenas de assassinato, violação, rapto, roubo, incêndios e deslocamento, mas também de uma nova brutalidade e intensidade, incluindo atos tão horríveis como o de queimar vivas pessoas dentro das suas casas“, indica a UNMISS.
O relatório da ONU, baseado em entrevistas a 115 vítimas e testemunhas, foi seguido de um relatório da organização para os direitos das crianças (UNICEF) onde é divulgado que as crianças capturadas no conflito são castradas e amarradas, sendo depois degoladas.
Entre os casos relatados pela ONU está a morte pelo fogo de várias meninas e mulheres adultas. Outras foram torturadas e forçadas a agarrar em pedaços incandescentes de carvão durante interrogatórios que visavam apurar o paradeiro de guerrilheiros rebeldes. Pelo menos 172 terão sido raptadas, e 79 sujeitas a violência sexual, por vezes em grupo.
Estima-se que mais de 100 mil pessoas tenham sido forçadas a deixar as suas casas desde que se iniciou a guerra civil no país, em dezembro de 2013.
ZAP
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