“Grande Firewall numa caixa”: sistema controla ligações em tempo real e foi vendida para países como o Paquistão, Etiópia, Myanmar e Cazaquistão.
Foi no dia 11 de setembro que uma fuga de informação expôs o funcionamento interno do poderoso sistema de censura da Internet na China, conta a Interesting Engineering, que descreve o episódio uma das fugas de informação mais pormenorizadas alguma vez vistas sobre a tecnologia de censura.
Foram 500 GB de dados expostos, entre os quais documentos internos, código-fonte, registos de trabalho e comunicações internas foram colocados online.
É como uma “Grande Firewall [jogo de palavras com Great Wall, a grande Muralha chinesa] numa caixa” pronta a usar, descrevem os especialistas.
O sistema foi instalado em 26 datacenters em Myanmar e suportava painéis de controlo em tempo real que monitorizavam 81 milhões de ligações TCP simultâneas. Segundos os documentos, era a empresa estatal de telecomunicações de Myanmar quem operava o sistema.
E os os sistemas DPI da Geedge foram mesmo exportados para fora da China, segundo uma investigação da Amnistia Internacional que revelou a eistência de vendas para o Paquistão, Etiópia e Cazaquistão.
Em vários dos casos, os sistemas foram mesmo instalados juntamente com plataformas de interceção legal, que permitem a vigilância em tempo real das comunicações.
Estas ferramentas expostas mostram a forma como, no mundo cibernético, a China é capaz de exercer controlo — a Firewall permite aos operadores ver exatamente o que os utilizadores estão a fazer online.