Figura do teatro e do audiovisual, “um dos maiores intérpretes da nossa cena artística” tinha 73 anos. Tinha uma carreira com mais de meio século.
O ator Luís Lucas, uma das vozes e presenças mais reconhecíveis portuguesas, morreu este domingo, aos 73 anos, vítima de um enfarte, segundo o Público.
Nascido em Lisboa a 16 de junho de 1952, construiu ao longo de mais de quatro décadas uma carreira sólida e versátil, distinguindo-se tanto no teatro como no cinema e na televisão.
Foi um dos fundadores do grupo teatral A Comuna, criado ainda antes do 25 de Abril, e passou por companhias de referência, como a Cornucópia, os Cómicos e o Teatro da Graça. Foi no palco, dos dramas às comédias, que conquistou o respeito de colegas e público.
Mas na televisão, mais tarde, narrou inconfundivelmente a série da RTP Conta-me Como Foi e integrou elencos de produções como Duarte & Companhia, Médico de Família, Jornalistas, Perfeito Coração e Equador.
No cinema também deixou a sua marca, com participações em Non ou a Vã Glória de Mandar (1990), de Manoel de Oliveira, Um Adeus Português (1985), de João Botelho, Camarate (2001), A Passagem da Noite (2002) e Sombras Brancas (2023).
A sua voz inconfundível foi ouvida em múltiplos projetos de dobragem, animação e publicidade.
Em comunicado, a Academia Portuguesa de Cinema (APC) sublinhou o seu “legado inestimável para o teatro, o cinema e a televisão em Portugal”.
“Luís Lucas construiu uma obra sólida e diversa, deixando uma marca indelével no panorama artístico português”, escreve a academia, no Facebook: “colegas e público recordarão sempre a sua generosidade, humor, a seriedade profissional e a capacidade de transitar, com igual excelência, entre o drama mais denso e a comédia mais leve”.
É, colmata a academia, o desaparecimento de “um dos maiores intérpretes da nossa cena artística”, cujo “trabalho ímpar continuará a inspirar atores, realizadores e espectadores”.
