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Bombeiro morre em acidente; ia combater um incêndio no Fundão

Miguel Pereira da Silva / LUSA

Um bombeiro combate as chamas durante incêndio

Acidente de viação deixou outros bombeiros feridos, um deles foi operado durante a noite. Acidente aconteceu na Covilhã.

Um bombeiro do Corpo de Bombeiros da Covilhã morreu neste domingo num acidente de viação quando se deslocava para um incêndio rural que deflagrou no concelho do Fundão, indicou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Em comunicado, o organismo indica que o acidente ocorreu pelas 19:10 e que há ainda “quatro bombeiros feridos, que estão a ser resgatados/assistidos pelas equipas de emergência no local”.

O incêndio para o qual a equipa se dirigia deflagrou na localidade de Quinta do Campo.

Segundo o Comando Sub-Regional das Beiras e Serra da Estrela da Proteção Civil, o acidente aconteceu na aldeia de São Francisco de Assis, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, ao qual pertence também o município do Fundão.

Para o local, indicou o comando, foram mobilizados 26 operacionais, apoiados por nove veículos e um meio aéreo, incluindo meios dos Bombeiros Voluntários da Covilhã e do Fundão, da Guarda Nacional Republicana (GNR) e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

“Nunca será demais sublinhar o empenho, o altruísmo e o profissionalismo com que, diariamente, milhares de bombeiros em todo o país se dedicam, com coragem e entrega, à defesa das populações e da floresta contra incêndios”, sublinha a ANEPC no comunicado, apresentando condolências à família da vítima mortal e desejando rápidas melhoras aos operacionais feridos.

Esta é a segunda morte registada este ano nos incêndios rurais. Na sexta-feira, um ex-autarca de Vila Franca do Deão, no concelho da Guarda (e candidato nas autárquicas deste ano à presidência da freguesia), morreu no combate às chamas, aos 43 anos.

Um dos bombeiros feridos com gravidade no acidente de viação estava a ser operado na noite de domingo, segundo a Liga dos Bombeiros.

Fonte oficial da Liga, responsável pela comunicação, referiu depois à Lusa ter recebido a confirmação de que um segundo bombeiro tinha também morrido, mas cerca das 22:20 corrigiu a informação, explicando ter recebido da Proteção Civil a indicação de que o operacional estava, a essa hora, no bloco operatório.

“Humanamente impossível”

O fogo que lavra desde sexta-feira no Sabugal, no distrito da Guarda, “não está controlado, nem pouco mais ou menos” e continua a consumir mato e a ameaçar aldeias, disse à Lusa o presidente da Câmara, Vítor Proença.

“Já passou para Vale das Éguas, subiu para a Ruvina, Ruivós, Nave, Valongo do Côa, isto num incêndio. Na Bendada continua muito complicado, já estava em Águas Belas, O fogo não está controlado, nem pouco mais ou menos”, admitiu o autarca, em declarações à Lusa esta noite.

Segundo Vítor Proença, a situação agravou-se ao longo da tarde devido à força do vento.

O vento complicou tudo, é o nosso pior inimigo. Com esta intensidade de vento não temos hipóteses, é uma coisa do outro mundo, abismal”, salientou, acrescentando que “o problema deste incêndio é que tem várias frentes e distantes, em pontos diferentes” do concelho.

Desta forma, acrescentou, “é humanamente impossível travar as chamas“.

Tarouca

O incêndio que deflagrou na tarde de sábado em Tarouca está com três frentes ativas e a descer uma encosta na direção à serra de Santa Helena, disse à agência Lusa o comandante dos bombeiros.

“Está a arder com bastante intensidade e com três frentes enormes, tenho pouquíssimos meios terrestres e a esta hora já nem meios aéreos”, disse à agência Lusa perto das 20:30 o comandante dos Bombeiros Voluntários de Tarouca, Humberto Sarmento.

Segundo o comandante, este incêndio surgiu na sequência de um outro, “que já está ultrapassado, mas chegou a uma outra encosta de acessos também muito difíceis, com quilómetros de frente, e está numa encosta, com a serra de Santa Helena à frente, na encosta da frente”.

Não há localidades em perigo.

ZAP // Lusa

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