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Primeira vítima: incêndio mata uma pessoa na Guarda

Pedro Sarmento Costa / EPA

Homem tinha 43 anos, foi presidente de Junta, e estava a combater o fogo em Vila Franca do Deão. Governo confirma óbito.

Os incêndios mataram uma pessoa em Portugal: Carlos Dâmaso é a primeira vítima mortal dos fogos deste ano.

Carlos tinha 43 anos e estava a combater o incêndio em Vila Franca do Deão (Guarda). Tinha desaparecido a meio da manhã, o corpo foi encontrado carbonizado horas depois, nesta sexta-feira.

Os habitantes locais relatam que a vítima estava a ajudar outros homens a evitar mais prejuízos quando, de repente, ficaram cercados pelas chamas. “Perderam-se uns dos outros, cada um foi o ‘salve-se quem puder'”. Os ventos fortes e instáveis foram essenciais neste desfecho trágico.

Carlos Dâmaso foi presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca do Deão desde 2009 até 2021. Agora era novamente candidato à presidência dessa Junta de Freguesia, pelo Movimento Independente.

Os fogos em Vila Franca do Deão originaram também um ferido grave, que ficou com queimaduras; foi transportado de helicóptero para o Hospital de Coimbra. Está em coma induzido.

O Governo lamentou o óbito e apelou à tranquilidade da população nos próximos dias, “ainda de grande intensidade” no combate às chamas, disse o secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha.

Diversos incêndios preocupam

Várias frentes estão a lavrar no concelho de Oliveira de Hospital, oriundas do fogo que começou em Arganil na quarta-feira, tendo passado o rio Alva e encaminhando-se, encosta acima, para a sede do município, disse fonte da autarquia à agência Lusa. O incêndio já atingiu, no total, oito freguesias, todas localizadas no sul do concelho, algumas das quais nas margens do rio Alva. “Há o perigo de se repetir o que aconteceu em 2017”.

O incêndio que lavra na Lousã passou para o município de Góis e está a ameaçar aldeias de xisto na vertente sudoeste da serra.

O fogo que deflagrou ao início da tarde de sexta-feira no concelho de Freixo de Espada à Cinta, na área protegida do Douro Internacional, tem três frentes ativas que se entenderam a outros dois concelhos vizinhos: Mogadouro e Torre de Moncorvo.

O incêndio nos concelhos de Portalegre e Castelo de Vide, dado como dominado na sexta de manhã, está novamente ativo, devido a uma “forte reativação” à tarde na zona onde deflagrou na quinta-feira.

O incêndio em São Gens, concelho de Nisa, no distrito de Portalegre, foi dado como dominado às 02:58 e está em vigilância.

Mais de 3.300 operacionais combatiam às 5:30 de hoje, sábado, os sete principais incêndios no continente, com os de Arganil (distrito de Coimbra) e Sátão (Viseu) a concentrarem o maior número de meios, segundo a Proteção Civil.

Em Arganil, dezenas de aldeias foram evacuadas nesta sexta-feira; em Sátão, e depois de se unir com o fogo de Trancoso, as chamas chegaram agora a 11 concelhos – o mais recente foi Vila Nova de Foz Coa. Em Aguiar da Beira já arderam algumas casas.

ZAP // Lusa

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