Uma mulher indiana ficou com a anca inchada e dorida durante anos após uma cesariana de emergência. Quando os médicos finalmente olharam com atenção, descobriram algo surpreendente: uma esponja deixada para trás durante a cesariana.
Em 2010, uma mulher indiana deu à luz através de uma cesariana de emergência fora da Índia.
Mas, após a operação, sentiu dores no lado direito da parte inferior do abdómen.
Na altura, os médicos disseram-lhe que se tratava de uma dor pós-operatória normal e não deram relevância ao assunto. Só que, gradualmente, formou-se um caroço no local e a dor da mulher intensificou-se.
Como conta a Live Science, quatro anos após a cesariana, em 2014, já com 38 anos, a doente procurou aconselhamento médico num hospital de Nova Deli.
Os médicos fizeram um ultrassom e uma tomografia computadorizada, que revelaram um quisto no local da dor.
Uma tomografia computadorizada revelou um quisto em forma de balão no abdómen da mulher
No entanto, ainda não sabiam dizer o que estava no centro do quisto. O primeiro palpite foi que se tratava de um quisto mesentérico – um tipo de tumor benigno que pode causar desconforto e dor.
Para confirmar este potencial diagnóstico, recorreram à ressonância magnética. Mas este exame criou mais confusão porque revelou o que parecia ser uma membrana espessa no centro da massa.
Em vez de um tumor benigno, os médicos suspeitavam agora que o quisto encerrava uma ténia, que poderia ter entrado no seu corpo se ela tivesse ingerido alimentos contaminados com ovos de ténia, por exemplo.
Eis que… “o que está ali a fazer aquela esponja”?
Não tendo conseguido identificar o conteúdo do quisto através de múltiplas técnicas de imagiologia, os médicos decidiram remover cirurgicamente a massa misteriosa e aliviar as dores da mulher. Esta operação obrigou-os a cortar uma parte do intestino delgado, ao qual o quisto se tinha fundido. A paciente recuperou com sucesso após esta intervenção e deixou o hospital sete dias depois.
O quisto media 20 centímetros de comprimento – consideravelmente maior do que um quisto mesentérico típico, que normalmente não tem mais de 5 cm de diâmetro. Ao abrir o quisto, os médicos descobriram uma esponja cirúrgica incrustada no seu centro, que concluíram ter sido deixada ali acidentalmente durante a cesariana.
Não foi grave. Porquê?
Como refere a Live Science, o sistema imunitário trata os objetos estranhos no corpo como uma ameaça e tenta decompô-los e removê-los.
No entanto, como explicam os médicos num relatório sobre o caso, uma vez que a esponja não se podia desintegrar facilmente, as defesas do corpo envolveram-na num quisto para esconder a potencial ameaça.
Além disso, as esponjas utilizadas em cirurgias devem ser estéreis, o que pode ajudar a explicar a ausência de infeção na mulher.
As esponjas são necessárias para absorver o sangue durante uma operação, mas quando ficam vermelhas, podem misturar-se com a carne e tornam-se fáceis de passar despercebidas quando chega a altura de fechar a ferida.
