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O Zuckerberg russo, Pavel Durov, fundador da rede social Telegram
12 mil milhões de euros: “oficialmente pai” de seis crianças com três parceiras diferentes, é pai de 100 bebés em 12 países por doação de esperma. “São todos meus filhos e todos terão os mesmos direitos”, justificou o magnata russo.
O fundador da aplicação de mensagens Telegram, Pavel Durov, afirma que os mais de 100 filhos que teve irão partilhar a sua fortuna, estimada em 13,9 mil milhões de dólares (pouco mais de 12 mil milhões de euros).
“São todos meus filhos e todos terão os mesmos direitos. Não quero que se separem depois da minha morte”, disse Durov à revista política francesa Le Point.
Durov afirmou ser “oficialmente pai” de seis crianças com três parceiras diferentes, mas revelou: a clínica “onde comecei a doar esperma há quinze anos para ajudar um amigo, disse-me que mais de 100 bebés foram concebidos dessa forma em 12 países”.
O magnata russo da tecnologia, autoexilado, acrescentou ainda à revista que os seus filhos não deverão ter acesso à herança durante 30 anos.
“Quero que vivam como pessoas normais, que se desenvolvam por si, que aprendam a confiar em si mesmos, que sejam capazes de criar, que não dependam de uma conta bancária”, declarou.
Aos 40 anos, Durov afirmou já ter redigido um testamento porque o seu trabalho “envolve riscos — defender as liberdades gera muitos inimigos, incluindo em Estados poderosos”.
A aplicação fundada pelo bilionário, o Telegram, conhecida pelo foco na privacidade e nas mensagens encriptadas, conta com mais de mil milhões de utilizadores ativos mensais.
Acusações graves em França
Durov também abordou as acusações criminais que enfrenta em França, onde foi detido no ano passado após ser acusado de não moderar adequadamente a aplicação para prevenir usos criminosos.
Negou não ter colaborado com as autoridades em relação ao tráfico de droga, conteúdos de abuso sexual infantil e fraude. O Telegram já tinha negado anteriormente a alegada falta de moderação.
Na entrevista ao Le Point, Durov descreveu as acusações como totalmente absurdas. “Só porque os criminosos utilizam o nosso serviço de mensagens, entre muitos outros, não significa que quem o gere seja criminoso”, acrescentou.
Nascido na Rússia, Durov vive agora no Dubai, onde o Telegram tem a sua sede. Possui dupla nacionalidade francesa e dos Emirados Árabes Unidos.
Fundador da rede social russa VKontakte, o magnata afirmou em 2014 ter sido afastado da empresa após se recusar a cumprir ordens do Kremlin para censurar publicações. Fundou o Telegram em 2013, e a aplicação continua a ser popular na Rússia.
O Telegram permite grupos com até 200 mil membros, o que, segundo críticos, facilita a disseminação de desinformação e a partilha de conteúdos conspiracionistas, neonazis, pedófilos ou relacionados com o terrorismo.
No Reino Unido, a aplicação foi alvo de escrutínio por alojar canais da extrema-direita radical, que terão desempenhado um papel central na organização de ataques racistas violentos contra mesquitas em cidades inglesas, em agosto de 2024.
O Telegram removeu alguns desses grupos, mas, de forma geral, o seu sistema de moderação de conteúdos extremistas e ilegais é significativamente mais fraco do que o de outras redes sociais e aplicações de mensagens, segundo especialistas em segurança cibernética.
ZAP // BBC