Foram analisados os 100 vídeos mais populares sobre dicas de saúde mental, por um painel de psicólogos, psiquiatras e académicos.
“Os algoritmos do TikTok estão a amplificar a desinformação relacionada com a saúde mental”, avisou Chi Onwurah, presidente do Comité de Tecnologia do Parlamento do Reino Unido.
O TikTok tem muitos conteúdos que estão a enganar as pessoas que procuram dicas sobre saúde mental.
Mais de metade dos vídeos mais vistos na plataforma, dos que oferecem conselhos sobre saúde mental, têm informações incorretas.
Na investigação publicada pelo The Guardian, foram analisados os 100 vídeos mais populares sobre dicas de saúde mental – analisados por um painel de psicólogos, psiquiatras e académicos.
Desses 100, todos com a hashtag #mentalhealthtips, 52 foram considerados imprecisos ou perigosos, devido à disseminação de desinformação sobre ansiedade, depressão, traumas e outras perturbações mentais.
Também foram identificados – e criticados pelos especialistas – os termos terapêuticos que são utilizados fora do contexto, além de sugestões simplificadas para questões complexas e a promoção de suplementos não aprovados ou de tratamentos sem base científica.
Uma das sugestões de tratamentos duvidosas: comer laranjas enquanto se toma banho, para reduzir a ansiedade.
Amber Johnston, psicóloga clínica, alertou que muitos vídeos criam a falsa impressão de que o tratamento de traumas é rápido e universal. A realidade exige um atendimento personalizado por parte de profissionais qualificados.
Já houve reacções de deputados do Reino Unido, que classificam estas conclusões como “perturbadoras” e “condenatórias”.
Avisam o Governo que deve regular os conteúdos digitais de forma mais rigorosa, especialmente os que afectam diretamente a saúde mental dos cidadãos, particularmente dos jovens.
TikTok defende-se
O TikTok reagiu a esta investigação e lembrou que a plataforma é um local aberto à expressão pessoal e à partilha de experiências autênticas.
Mas assegurou que 98% do conteúdo prejudicial para a saúde mental é removido antes de ser denunciado.
A plataforma disse ainda que colabora com a Organização Mundial de Saúde e com o Sistema Nacional de Saúde do Reino Unido para fornecer informações precisas e encaminhar os utilizadores para fontes fiáveis.
